Picape completamente reformulada chega em breve ao Brasil; plataforma modular da Toyota estreia nela
Está pronta a oitava geração da Hilux, que desembarca no Brasil na virada do ano. A Toyota oficializou as linhas do modelo simultaneamente em Austrália e Tailândia, dois dos países onde ela tem grande demanda e para onde costuma ser desenvolvida. Reformulada, a picape segue a receita de rivais como a Chevrolet S10, tendo uma opção claramente voltada ao trabalho, com cabine simples e caçamba longa, e uma recreativa. Ela promete, quando chegar ao Mercosul fazer de tudo para tomar a liderança de vendas no mercado tupiniquim.
Na parte visual, a Hilux traz uma nova interpretação ao segmento. Os enormes faróis com LED se unem aos cromados da grade, como no irmão menor Corolla e também na concorrente Amarok. Há, assim, uma quebra do tradicional conservadorismo nipônico ao desenhar seu utilitário. A frente passa agressividade, reforçada pelos contornos do para-choque.
Nas laterais, há certa identidade com o modelo atual. Lá fora, seguem as opções de cabines dupla, estendida ou simples. Esta última tem menor altura em relação ao solo, rodas menores, caçamba com ganchos externos e tampa com travões, em um sistema mais robusto. Atrás, as lanternas triangulares têm bom efeito visual, embora devam LED como algumas rivais oferecem. O nome da montadora escrito por extenso é solução comum para aqueles mercados e deve ser trocado por aqui.
Internamente, a Hilux se aproximou ainda mais dos automóveis, com seu painel menos vertical. O acabamento com couro, alumínio e preto brilhante passa sensação de qualidade, principalmente pela predominância dos tons escuros, contrastando com cromados e o azulado do quadro de instrumentos. O sistema de som é sensível ao toque, mas apenas engana: não serve como central multimídia, sem oferecer navegador por GPS ou reprodutor de vídeos.
Sob a carroceria, a nova Hilux esconde a plataforma modular TNGA, sigla para Toyota New Global Architecture. Ela ajuda a marca a reduzir custos, mas promete não comprometer o rendimento da picape. Segundo a montadora, ela pesa 1.240 kg, mantendo a capacidade de reboque de 3,5 toneladas. Em termos de medidas, apenas o entre-eixos, de 3,085 metros, se manteve. O modelo ficou 7,5 cm mais comprido (5,335 metros), 2 cm mais largo (1,855 m) e 4 cm mais baixo (1,82 m).
Há outras novidades mecânicas. Na Ásia, a Hilux terá três diferentes esquemas de suspensão. O Standard é voltado para atuar em todo tipo de piso, enquanto o Comfort tem atuação destacada em estradas pavimentadas. Já o Heavy Duty é específico para quem roda com cargas pesadas.
Em termos de motores, o 3.0 a diesel, aclamado no lançamento da geração passada da picape, dá lugar a dois novos propulsores. O 2.4 rende 150 cv e 34,9 kgfm com câmbio manual de cinco marchas, passando a 167 cv e 40,8 kgfm com a nova caixa automática de seis velocidades. Já o 2.8 oferece sempre 177 cv, mas com variação de torque: 42,8 e 45,9 kgfm, respectivamente. A gasolina, nenhuma novidade: seguem o 2.7 16v de 160 cv (aqui oferecido com sistema bicombustível) e o 4.0 V6, que chegou ao Brasil apenas com o SW4 e já saiu de cena.
Com as diferentes opções de motor, cabine, transmissão e tração (4×2 e 4×4), além dos três níveis de acabamento (WorkMate, SR e SR5), o consumidor australiano terá nada menos que 31 combinações à disposição. A linha atual oferece 23.
O Brasil deve recebê-lo, com produção argentina, na virada do ano ou ainda no começo de 2016.