A cada retração do mercado, uma nova cartada tenta reerguer a indústria automotiva. Depois da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), agora o governo prepara um programa de incentivo à troca do carro. Semelhante ao americano Cash for Clunkers e ao espanhol PIVE, o plano tem sua criação justificada para auxiliar na renovação da frota, aumentando a circulação de carros mais modernos e, consequentemente, menos poluentes. No entanto, ele ainda não foi completamente formulado e tem alguns pontos críticos a se definir antes de sair do papel.
A base do plano de renovação da frota é simples: um veículo com 15 anos ou mais deve ser entregue para reciclagem. Em troca, o proprietário recebe uma carta de crédito de valor proporcional ao carro, que deve ser utilizada para dar entrada em um automóvel novo. No entanto, ainda há que se definir quem financiará o projeto e qual será a base usada para precificar o exemplar cedido.
Tais pontos estão em discussão interna no Ministério do Desenvolvimento, responsável por formatar o processo. O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Jr., prevê que o plano tem potencial para incentivar o consumo de cerca de 500 mil carros novos a cada ano. Vale lembrar que em 2015 foram emplacados 2.569.014 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, 26,55% menos que os 3.497.805 licenciados em 2014 – quase um milhão de exemplares de diferença.