O escândalo de fraude nos motores a diesel do Grupo Volkswagen, informalmente conhecido como Dieselgate, “respingou” em outras marcas. Também acusadas de burlar os testes de emissões oficiais, outras montadoras têm passado por novas avaliações. Especula-se que a Opel esteja entre as que verificam internamente seus propulsores para arranjar uma solução ainda antes de ser notificada. Agora, na Europa, noticia-se que a Renault já foi avisada pelas autoridades francesas a reparar mais de 15 mil unidades do crossover Captur. Elas estariam equipadas com motores com números ambientais diferentes dos homologados. Segundo o governo francês, não se trata de uma fraude, principalmente pelo envolvimento de um baixo volume de veículos e pela colaboração da montadora.
Segundo a imprensa europeia, um órgão para o controle de fraudes da França, o DGCCRF, investigou as estruturas da Renault buscando por indícios, mas não foram apontadas as artimanhas. Ainda assim, a empresa foi notificada por unidades de rua do Captur, equipadas com motor 1.5 a diesel de 110 cv, estarem com diferentes emissões de dióxido de carbono (CO2) e óxido de nitrogênio (NOx) das homologadas nos ensaios oficiais. Não foi possível garantir que haja uma central eletrônica fraudulenta, como no caso da Volkswagen, atuando ativamente para burlar testes posteriores à venda. Oficialmente, a Renault afirma ter havido um erro de calibração na unidade de controle do propulsor, das unidades vendidas de setembro de 2015 em diante.
O governo da França aponta, porém, que suas investigações continuam. A PSA Peugeot Citroën não foi envolvida até o momento, principalmente por seus propulsores contarem com a redução catalítica seletiva (SCR), mais eficiente que o catalisador de NOx sem aditivo (LNT) usado pela Renault. Mas a ministra do Desenvolvimento Sustentável, Ségolène Royal, afirma que pelo menos duas montadoras estrangeiras também descumprem as normas de emissões. As autoridades locais revelam que mais de 100 veículos de diversas montadoras estão em análise, podendo apontar novas inconsistências.