Enquanto se costura um programa de inovação para a indústria nacional, por ora chamado Rota 2030 (leia aqui), outro acordo envolvendo entidades do setor automotivo se desenha. Chamado RenovaBio, ele pretende garantir com que o abastecimento de etanol seja linear, evitando as oscilações de preço causadas pela variação de produção do combustível. Os termos foram acertados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as usinas.
A maior preocupação da Anfavea, acredita-se, está no fato de a produção de etanol oscilar em demasia. Os usineiros, por exemplo, podem priorizar a fabricação de açúcar em detrimento do combustível, devido à maior lucratividade do produto comestível e vice-versa. A menor oferta, claro, eleva o valor do álcool, tornando-o interessante para os produtores na safra seguinte. Não por acaso, o etanol é pouco competitivo em diversos estados brasileiros.
Em contrapartida, seriam feitas políticas direcionadas para a maior produção do líquido. Não fica muito claro como isso acontecerá. Segundo o Ministério das Minas e Energia, o RenovaBio é “um programa para expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, baseada na previsibilidade, nas sustentabilidades ambiental, econômica e social e compatível com o crescimento do mercado”. Apesar do objetivo facilmente identificável, as ferramentas para alcançá-lo não foram detalhadas.
O RenovaBio se desenha em consonância com o Rota 2030 e deve ser detalhado também em agosto, mês previsto para o lançamento do novo regime automotivo brasileiro.