Tradicionalmente, o GP da Hungria de Fórmula 1 não é tão emocionante, mas em 2017 houve muito o que se comentar. Infelizmente, ele se tornou o primeiro desde o GP de San Marino de 1982 a não contar com um brasileiro, pois Felipe Massa se sentiu mal durante os treinos livres e acabou deixando o assento para o reserva Paul Di Resta. Mas o vencedor Sebastian Vettel não pode reclamar do resultado final, que lhe rendeu uma boa margem sobre Lewis Hamilton e garantiu uma dobrinha para a Ferrari após parecer que o domingo seria das Mercedes. Isso tudo com direito a volta mais rápida de Fernando Alonso, com a criticada McLaren, e muitas polêmicas que se estenderam para fora da pista.
A CORRIDA
Largando na pole com o companheiro Kimi Raikkonen em segundo, Vettel não teve problemas para logo abrir distância segura sobre os rivais. Valtteri Bottas saiu em terceiro e continuou à frente do colega de time Lewis Hamilton, postulando-se na briga pelo Mundial de Pilotos. Nos primeiros metros, quem roubou a cena foi Max Verstappen. O jovem holandês mais uma vez aprontou das suas, agora tirando o companheiro Daniel Ricciardo da corrida ainda nos primeiros metros. O australiano, amigo do promissor piloto, esbravejou na saída da pista, recebendo um pedido de desculpas de Verstappen ao final da prova. Ele fora ainda punido com um drive through de dez segundos, penalidade máxima da F1 atual, por causar a batida.
Lá na frente, Vettel guiava com tranquilidade até constatar que seu volante estava fora de posição, deixando a direção confusa. Os engenheiros lhe orientaram a evitar as zebras, algo difícil em um traçado que exige tal artimanha. Por isso, o alemão perdia ritmo e não conseguia deslanchar. Raikkonen, como fiel escudeiro, vinha mais rápido que o tetracampeão. Mas, em vez de passá-lo, usou seu carro para proteger o líder e evitar a aproximação de Hamilton. O inglês também fez bonito: ao receber a posição de Bottas, ele tentou de todos os modos atacar Kimi, mas não conseguiu. Nos metros finais, devolveu o terceiro posto ao companheiro.
Por seu trabalho fiel, Raikkonen foi eleito o piloto do dia pelos fãs da categoria. Mas quem também merece menção honrosa é Fernando Alonso. Com a limitada McLaren, o espanhol anotou a volta mais rápida da etapa, coroando boa corrida que fez ao chegar em sexto. Ele ainda travou um duelo emocionante com o amigo Carlos Sainz Jr, da Toro Rosso, ultrapassando-o por fora da curva após tomar um X do compatriota momentos antes. Seu companheiro, Stoffel Vandoorne, também foi bem: anotou seu primeiro ponto, colocando os dois carros entre os 10 melhores pela primeira vez na temporada.
Outra polêmica envolveu Nico Hulkenberg, da Renault, e Kevin Magnussen, da Haas. Após disputa parecida com as das Red Bull, o piloto da francesa abandonou, enquanto o da americana foi penalizado com cinco segundos. Na zona mista, durante a entrevista, o alemão disse que o dinamarquês era o piloto mais antidesportista do grid. Logo depois, falou diretamente ao adversário, que rebateu: “lambe minhas b*las, docinho.” Para completar, o substituto de Massa, Paul Di Resta, que não corria na categoria desde 2013, acabou abandonando. Ele lutou contra o próprio carro, devido às diferença de estatura em relação ao brasileiro.
GP PIRELLI DA HUNGRIA (70 voltas)
1. Sebastian Vettel (ALE) – Ferrari – em 1h39min46s713
2. Kimi Raikkonen (FIN) – Ferrari – a 0s908
3. Valtteri Bottas (FIN) – Mercedes – a 12s462
4. Lewis Hamilton (ING) – Mercedes – a 12s885
5. Max Verstappen (HOL) – Red Bull-TAG Heuer – a 13s276
6. Fernando Alonso (ESP) – McLaren-Honda – a 1min11s223
7. Carlos Sainz Jr (ESP) – Toro Rosso-Renault–– a 1 volta
8. Sergio Perez (MEX) – Force India-Mercedes – a 1 volta
9. Esteban Ocon (FRA) – Force India-Mercedes – a 1 volta
10. Stoffel Vandoorne (BEL) – McLaren-Honda – a 1 volta
11. Daniil Kvyat (RUS) – Toro Rosso-Renault–– a 1 volta
12. Jolyon Palmer (ING) – Renault – a 1 volta
13. Kevin Magnussen (DIN) – Haas-Ferrari – a 1 volta (+5s)
14. Lance Stroll (CAN) – Williams-Mercedes – a 1 volta
15. Pascal Wehrlein (ALE) – Sauber-Ferrari – a 2 voltas
16. Marcus Ericsson (SUE) – Sauber-Ferrari – a 2 voltas
NÃO COMPLETARAM
Nico Hulkenberg (ALE) – Renault
Paul Di Resta (ING) – Williams-Mercedes
Romain Grosjean (FRA) – Haas-Ferrari
Daniel Ricciardo (AUS) – Red Bull-TAG Heuer
VOLTA MAIS RÁPIDA
Fernando Alonso (ESP) – McLaren-Honda – 1min20s182 (volta 69)
Magnussen punido com 5 segundos no tempo final por causar abandono de Hulkenberg