Depois de muita expectativa, a Mercedes-Benz enfim oficializou as linhas da quarta geração do Classe A. Completamente reformulado, o hatch manteve o apelo esportivo, embora sua carroceria tenha crescido significativamente, e ganhou acabamento mais refinado. Por ora, terá apenas três opções de motorização, nenhuma delas híbrida, algo um tanto decepcionante para o consumidor europeu. O modelo será apresentado ao público em março, no Salão de Genebra.
Visualmente, o Classe A agrada quem estava ávido por um perfil mais agressivo. A dianteira bastante semelhante à do CLS (leia aqui) tem faróis estreitos e baixos e a enorme grade com a estrela de três pontas ao centro. Aparentemente, a grelha será escura, com uma barra única horizontal atravessando a peça. O capô longo e baixo termina antes da frente acabar.
Nas laterais, a identidade da Mercedes foi preservada, com o corte sinuoso das portas posteriores e as janelas em arco. Não há vincos pronunciados e a ausência de vigias nas colunas não transparece que a carroceria cresceu 12 centímetros em comprimento, chegando a 4,42 metros. A traseira tem lanternas horizontais invadindo a tampa do porta-malas, algo que se esperava na geração anterior, devido aos conceitos apresentados previamente.
O interior apresenta uma revolução para o Classe A. Isso porque o modelo mais acessível da Mercedes passa a oferecer, como modelos mais caros, as duas telas customizáveis, com tamanhos entre sete e 10,25 polegadas e. Uma fica atrás do volante, com a segunda posicionada ao centro do painel, finalmente recebendo comandos por toque. Ambas podem atuar de maneira complementar, caso o motorista assim prefira. A central ainda conta com o sistema Mercedes-Benz User Experience (MBUX), que “aprende” as preferências do condutor e opera de acordo com seus gostos. O habitáculo pode contar com iluminação ambiente em LED, com até 64 tons customizáveis, e os bancos dispõem de três tipos de assento, tendo funções como massagem ou inflagem das laterais para apoiar o corpo em curvas.
Obviamente, a Mercedes não deixaria de equipar o novo Classe A como um legítimo premium. Assim, pode-se esperar que ele chegue ao mercado com uma vasta opção de apoios de condução, como o Attention Assit, que emite alertas sonoros e visuais ao detectar uma situação de risco. Há alerta de objetos em pontos cegos e monitor de manutenção de faixa que “cancelam” a manobra caso haja possibilidade de batida e o sistema Parktronic, que não apenas assume o volante em balizas, como também controla freios e câmbio.
O hatch conta conta com o assistente Distronic, que mantém a distância do veículo da frente e pode parar o veículo por completo para evitar uma batida, e o auxílio de manobra evasiva, que ajuda a fazer o “teste do alce” – em situação real… – sem riscos para os ocupantes. Para pedestres, a proteção é garantida pelo capô ativo, que se eleva em oito centímetros para ampliar a área deformável, afastando-se do motor, e evitar que o atropleado bata contra o vidro, mais rígido.
MECÂNICA E MOTORES
Em termos mecânicos, o Classe A é o mais refinado de sua história, prometendo o melhor comportamento dinâmico – um de seus pontos mais criticados, aliás. Ainda assim, ele segue como opção de acesso da marca. Por isso, suas versões mais simples têm suspensão traseira por eixo de torção, enquanto o sistema independente fica reservado aos modelos mais caros.
A nova arquitetura também deixou o Classe A 12 centímetros mais longo, como informamos anteriormente. Agora, o hatch soma 4,42 metros de comprimento, com 1,80 m de largura (+2 cm) e 1,44 m de altura (+1 cm). O porta-malas passa a levar até 370 litros, 29 l a mais. Segundo a Mercedes, a tração integral não afeta a capacidade do bagageiro, que conta agora com 11,5 cm a mais em comprimento e 20 cm adicionais na largura da boca.
No lançamento, o Classe A será oferecido com três opções de motorização. A única a diesel será o 1.5 16v de 116 cv e 26,5 kgfm da versão A180d. Desenvolvido em parceria com a Renault, ele atua sempre junto da transmissão de dupla embreagem e sete marchas 7G-DCT, fornecida pela Getrag, tendo médias próximas de 25 km/l.
A linha a gasolina terá duas variações. A primeira (A200) também surge de uma aliança com a Renault: um inédito 1.33 de 163 cv e 25,5 kgfm, que pode operar com um câmbio manual de seis marchas ou a citada caixa 7G-DCT da Getrag. O propulsor pode ter dois de seus quatro cilindros desativados, como no 1.5 TSI da Volkswagen, e atuar junto da tração integral 4Matic. As médias ficam em 19,8 km/l.
Na versão A250, o hatch oferece o 2.0 de quatro cilindros M260, uma evolução do M270 usado na geração passada. Com cabeçote todo em alumínio, ele rende 224 cv e 35,7 kgfm. Sua caixa também se chama 7G-DCT, mas não é a mesma dos demais: ela vem da antiga geração, com adaptações para se adequar ao motor revisto. O 2.0 também pode ter trações dianteira ou 4Matic.
MERCADO
Embora ainda esteja para ser confirmado pela Mercedes-Benz do Brasil – algo que deve acontecer em pouco tempo -, o Classe A já se prepara para as ruas da Europa. Como aconteceu com seus irmãos, ele estreia na série especial Edition 1, que traz aspecto distinto e vasta lista de itens. Entre eles, estão rodas de 19 polegadas, iluminação ambiental customizável, bancos esportivos e carroceria pintada no tom verde Edition.