Incertezas atrasaram chegada do Audi Q2 (acima) ao Brasil
Previsto para entrar em vigor no dia 1º de janeiro de 2018, o plano Rota 2030, que deveria suceder o polêmico Inovar-Auto, foi adiado novamente (leia aqui). O pior é que ele pode inclusive ser cancelado. E por conta das incertezas relativas ao futuro regime automotivo nacional, a Audi decidiu postergar quaisquer decisões sobre investimentos no mercado brasileiro, por falta de previsibilidade com relação às regras do setor.
Ao jornal O Estado de São Paulo, o presidente da Audi do Brasil, Johannes Roscheck, afirmou que as incertezas devem prejudicar suas atividades por aqui. Sem decisões, a empresa deve manter produtos desatualizados no mercado nacional, algo que a marca tem procurado evitar nos últimos tempos. “Cada dia de atraso [sobre as definições do Rota 2030] representa um impacto que não conseguiremos mais compensar”, explica.
O principal entrave para a Audi diz respeito à entrada de componentes importados. Para incentiva a nacionalização de produtos premium, de baixo volume, o Inovar-Auto previa o corte de tributos quando fornecedores locais não conseguissem atender à demanda das montadoras. Tal manobra não está prevista, por ora, no Rota 2030, o que coloca em risco a rentabilidade da produção local. Hoje, ela monta Q3 e A3 Sedan em São José dos Pinhais (PR), mas a manutenção destas operações tem futuro nebuloso com os atrasos na implantação do novo regime. Anteriormente, havia a possibilidade de montagem de outros veículos por aqui, como o crossover Q2, que ainda não chegou ao Brasil.
A Audi é apenas uma das vozes que se posiciona a respeito do assunto. Nos bastidores, correm informações de que a matriz da Mercedes-Benz se mostra preocupada com a produtividade da planta de Iracemápolis (SP) e a Jaguar Land Rover observa com cautela o andamento das atividades em Itatiaia (RJ). A BMW ainda mantém operações em Araquari (SC) para abastecer os Estados Unidos, mas também considera amplamente necessária uma definição de regras para poder reavaliar os planos e a manter a fábrica brasileira.
[ Fonte: Estadão ]