Rupert Stadler (Foto: Audi)
A fraude nos ensaios de homologação de emissões de motores a diesel, que ficou conhecida como Dieselgate, segue respingando nas marcas do Grupo Volkswagen. Na manhã desta segunda-feira (18), o CEO da Audi, Rupert Stadler, foi detido na Alemanha para dar explicações sobre o caso. A marca confirmou a prisão provisória do executivo, a fim de prestar esclarecimentos sobre sua responsabilidade no escândalo e o impacto da ação nos carros da empresa equipados com o dispositivo fraudador. A informação é do jornal The New York Times.
A detenção de Stadler é prevista na legislação alemã. Por lá, suspeitos podem ser detidos durante investigações e antes do julgamento formal, caso o juiz responsável pelo caso considere sua liberdade um risco para o andamento do processo. O CEO é considerado suspeito de estar entre os idealizadores da trama, como aponta a promotoria de Munique. Por ora, não há previsão de soltura para o executivo.
DIESELGATE NA AUDI
Após vir a público em setembro de 2015, o escândalo conhecido como Dieselgate colocou suspeitas sob a idoneidade de veículos de praticamente todas as montadoras. Em novembro do mesmo ano, a Audi admitiu que seus produtos contavam com um dispositivo para alterar o comportamento dos propulsores a diesel em determinadas condições, como quando submetidos a aceleração constante típica de testes de homologação de emissões. Neste período, concordou em auxiliar nas investigações para apontar culpados, reparar o problema e pagar indenizações aos clientes lesados.
A acusação da promotoria é que Stadler está ciente da fraude desde 2012, portanto mais de três anos antes do caso vir à tona. Além disso, investigações apontaram, na semana passada, que o CEO teria falsificado documentos para permitir o uso de dispositivos ilegais nos motores. Vale ressaltar que Rupert tem estreitas relações com as famílias Porsche e Piëch, acionistas do Grupo VW, e renovou seu contrato de trabalho por cinco anos em maio de 2017. Por ora, nada se fala sobre sua rescisão ou a indicação de um novo CEO.
Stadler foi um dos 18 investigados pela promotoria, apontados como responsáveis diretos pelo caso. Outros foram Bernd Martens, membro da diretoria da empresa, e Ulrich Hackenberg, diretor técnico da marca. Eles tiveram de prestar esclarecimentos, mas aparentemente não são considerados “um risco” às investigações. O mesmo se pode dizer de Martin Winterkorn, ex-CEO do Grupo Volkswagen e “derrubado” após o Dieselgate.
[ Fonte: New York Times ]