Após revelar fotos internas (leia aqui), a Renault apresentou, em definitivo, a quinta geração do Clio. Destinado ao mercado europeu, o hatch influenciará diretamente na criação da terceira linhagem do Sandero brasileiro, que vai se desvincular de vez dos Dacia. O compacto francês será oficializado no Salão de Genebra, em março, e começa a ser vendido no Velho Mundo a partir de julho. Em 2020, será a vez da inédita variação híbrida ganhar as ruas do continente.
Apesar da incorporação de uma plataforma totalmente nova, a quinta geração do Clio manteve enorme ligação visual com o hatch atual, como adiantado por uma miniatura (leia aqui). Isso se nota não apenas nas proporções, mas também pelo perfil da carroceria, que manteve próximos os desenhos de portas e janelas, e pela disposição geral dos elementos. Os faróis têm um curto prolongamento em “J” e as lanternas seguem invadindo a tampa do porta-malas, sendo agora mais corpulentas. Todavia, elas têm identidade própria, algo que as marcas têm prezado bastante na Europa.
Primeiro Renault-Nissan a usar a plataforma modular CMF na variação B, que também chegará ao Dacia Sandero (leia aqui), o renovado Clio mede 4,048 metros de comprimento, 1,440 m de altura e 1,798 m de largura, sendo 1,4 centímetros mais curto, 0,8 cm mais baixo e 6,7 cm mais largo que o atual. O porta-malas comporta 391 litros em “volume total”, que considera toda a área, em vez de medida mais comum VDA – que utiliza blocos de isopor de um litro para medir o espaço útil.
O interior já era conhecido pelo leitor do ALL THE CARS (leia aqui). Ele pode contar com quadro de instrumentos com telas de sete ou 10 polegadas, esta última dotada também do mostrador do sistema de navegação (GPS). Já a central multimídia tem visor de até 9,3″, mas a marca não deixa claro se o equipamento é item de série. Abaixo dela, há um deck onde o smartphone é carregado sem fio e botões para acionar o aquecimento dos bancos ou o sistema Multi-Sense, que altera a sensibilidade de acelerador, direção e câmbio. O habitáculo conta com iluminação ambiente com oito opções de combinação e pode ter couro revestindo partes do painel.
Entre os equipamentos, a Renault destaca a oferta de auxílios de condução como alerta de mudança de faixa com assistente de permanência, controlador de velocidade adaptativo com frenagem automática e faróis em LED. O Clio terá as versões RS Line, com apelo mais esportivo graças a componentes específicos como para-choques, grade, escapes, rodas e interior, e Initiale Paris, de aspecto mais luxuoso. Os aros destas duas variações têm 17 polegadas.
Os motores ainda são mistério e devem variar de acordo com o mercado. O único conjunto revelado é o do híbrido E-Tech, que chega à Europa em 2020. Ele combina um 1.6 16v aspirado a gasolina a propulsores elétricos, com bateria de 1,2 kWh. A potência total é de 128 cv, com autonomia máxima de 5 km usando apenas eletricidade. O sistema será detalhado em breve.
Mais informações serão divulgadas nas próximas semanas.
CLIO NO BRASIL?
A vinda do Clio como acabamos de conhecer é improvável. Todavia, trabalha-se com a hipótese de que a Renault vá utilizar sua plataforma CMF-B e o desenho do compacto francês para dar forma à próxima geração do Sandero brasileiro. A arquitetura já é utilizada por aqui no Kwid (CMF-A), o que ajudaria a reduzir custos de produção. O projeto ainda está cercado de mistério, mas deve ganhar as ruas entre o fim de 2021 e o começo de 2022. Antes disso, o Sandero como conhecemos passará por uma reestilização (leia aqui). Não se sabe se a troca de geração fará com que ele mude de batismo. Porém, a gigante francesa já deixou claro que pretende deixar de compartilhar o visual entre os Dacia e os Renault (leia aqui) com exceção do Duster.