Já anunciado como novo CEO da Daimler no ano passado (leia aqui), Ola Kallenius segue dando fortes declarações a respeito do futuro da companhia. Recentemente, depois de indicar o fim de produtos “impopulares” (leia aqui), o executivo revelou que a gigante alemã poderia encerrar a parceria com a Renault-Nissan, na contramão do que tem sido apontado como o futuro da indústria automotiva. A desistência de produzir a Mercedes-Benz Classe X na planta argentina da aliada seria um sinal do possível fim da relação.
Em entrevista recente concedida na Europa, Kallenius indicou que o fim da parceria poderia resultar em corte de custos para a Daimler. Seu plano prevê reduzir gastos em € 6 bilhões (R$ bilhões) até 2021, a fim de aumentar o lucro operacional, que decaiu 22% em 2018. O encerramento do acordo, porém, resultaria na demissão de cerca de 10 mil pessoas.
A desistência de montar a Classe X na Argentina foi justificada oficialmente com condições desfavoráveis no mercado regional e na economia do país vizinho. Todavia, rumores indicam que houve também desacertos entre Mercedes e Nissan a respeito do custo de montagem da picape. E o entrave regional não seria o único.
A imprensa europeia também tem especulado o fim da parceria devido ao encerramento recente de projetos em comum. A Infiniti, marca de luxo da Nissan, deixou de oferecer os modelos Q30 e QX30, baseados nos Classe A e CLA da Mercedes – algo, porém, que já era esperado devido ao fracasso comercial. A venda de 50% da Smart à Geely (leia aqui) seria outro indicador, afinal a marca suíça compartilha seu projeto com o Renault Twingo. Além dos produtos citados, vale lembrar que a francesa empresa seu Kangoo para dar vida ao Mercedes Citan (leia aqui).