Quatro meses depois dos rumores (leia aqui), a Caoa Chery agora confirma oficialmente o fim do QQ. Fora do site da marca, o subcompacto teve a produção descontinuada formalmente. Segundo a empresa, a decisão foi baseada em sua nova estratégia, que foca em SUVs e sedãs. Dessa forma, não há mais qualquer automóvel 0km com preço sugerido abaixo de R$ 30 mil no Brasil.
Segundo modelo feito pela Chery em Jacareí (SP), depois do também descontinuado Celer, o QQ ostentava o título de carro novo mais barato do País. A versão de acesso Smile, equipada com computador de bordo, rádio e vidros dianteiros elétricos, saía por R$ 28.740. A intermediária Look agregava ar condicionado e direção hidráulica, elevando o preço a R$ 33.040. Já a top Act incluída rodas de liga leve de 14 polegadas, desembaçador e limpador traseiros e comandos elétricos para retrovisores e janelas posteriores, aumentando a cifra final para R$ 34.540. O motor era sempre o 1.0 12v a gasolina, de 75 cv (6.000 rpm) e 10,1 kgfm (4.500 rpm), com câmbio manual de cinco relações.
O fim do QQ nacional, porém, não é de todo uma surpresa. Primeiramente, porque o subcompacto veio por decisão da Chery, quando a brasileira Caoa ainda não estava à frente do negócio. A companhia nacional revisou o planejamento da montadora, optando por atuar principalmente em SUVs, segmento em voga em todo o mundo. De quebra, as vendas por aqui nunca foram muito expressivas, especialmente para o carro mais barato do mercado. Em 2018, o QQ teve 3.176 unidades emplacadas, com 3.215 licenciadas em 2017. O volume somado é o que vende um Renault Kwid, um de seus concorrentes diretos, em dois meses.
Com a decisão, a Caoa Chery deve tentar também desvincular a imagem da marca chinesa à de uma montadora que faz veículos “baratos”. Além de já ter o sedã Arrizo 5 e os SUVs Tiggo 2, Tiggo 5x e Tiggo 7, a empresa apostará em dois modelos mais caros: o três-volumes Arrizo 6, que deve brigar com Kia Cerato e VW Jetta, e o crossover Tiggo 8, que atuará na faixa mais alta dos utilitários-esportivos.