Carlos Tavares, CEO da PSA
Responsável por tirar a PSA Peugeot Citroën (leia aqui e aqui) e a Opel/Vauxhall (leia aqui e aqui) dos números vermelhos, o CEO Carlos Tavares (leia aqui) segue pouco convencido sobre a aceitação dos carros elétricos. Ainda que as marcas controladas por ele tenham ampliado a oferta nesse sentido, incluindo a nova geração do 208 (leia aqui), o executivo acredita que a demanda por esse tipo de produto é garantida apenas por “viciados ecológicos”, enquanto o público em geral segue optando pelos veículos tradicionais.
A afirmação teria sido feita durante uma conversa com jornalistas, como reporta a agência Reuters. Para Tavares, essa realidade seria o principal entrave para o crescimento dos elétricos: os mais pragmáticos não estariam interessados nesse tipo de propulsão. Ele cita os motivos para esse pouco convencimento: autonomia limitada com recargas demoradas, infraestrutura de reposição de energia precária e o custo da eletricidade em longo prazo – esta última uma grande questão ainda sem resposta por parte dos defensores dos elétricos. A joint-venture Ionity – formada por BMW, Daimler/Mercedes, Ford, Hyundai/Kia e Volkswagen AG -, por exemplo, que opera na Europa, aumentou o preço do kWh em 500% no dia 31 de janeiro. Essa incerteza também seria um entrave.
Voltando à realidade da PSA, Tavares afirma que a empresa já percebeu que a demanda por elétricos cai frequentemente, especialmente quando subsídios são cortados. Isso aconteceu até na China, maior mercado desse tipo de veículo. Ele garante, porém, que nada disso fará com que a companhia deixe de lado os veículos eletrificados, mas ela seguirá apostando em plataformas flexíveis em vez de arquiteturas totalmente dedicadas aos elétricos.
Em fevereiro de 2018 (leia aqui), Tavares já havia sugerido “cautela” das montadoras com relação aos carros elétricos.