Correram rumores que a Renault tomaria o mesmo caminho da Mercedes-Benz (leia aqui), que desistiu de produzir sua inédita – e já morta (leia aqui) – picape média na Argentina (leia aqui). No entanto, a marca francesa surpreendeu o setor ao anunciar o início da produção da Alaskan no complexo de Santa Isabel, na província de Córdoba. Ela será feita na mesma linha de montagem da Nissan Frontier, que lhe empresa quase todo o projeto, a partir do final de 2020. A chegada ao Brasil ainda não está garantida.
O anúncio do início da produção da Alaskan partiu do presidente da Reanult Argentina, Pablo Sibilla, em coletiva de imprensa realizada virtualmente com veículos de comunicação do país vizinho. A rede de concessionários já foi informada e, em breve, um comunicado interno será despachado para todos os funcionários da empresa. “O objetivo é que Santa Isabel chegue a um ritmo de produção de 40 mil picapes por ano, entre modelos Nissan e Renault. Aqui na Renault, chegamos ao segmento para brigar forte e queremos estar entre os líderes”, disse o executivo.
Como dito, a Alaskan toma por base a última geração da Frontier, com quem compartilha plataforma, motores, interior e quase toda a carroceria. A Renault apenas modificou por completo sua dianteira e trocou as lentas das lanternas, as rodas e os logotipos em aros e tampa da caçamba. Por dentro, o que muda entre elas é o volante, mas é provável que também sejam diferentes os sistemas da central multimídia. O motor 2.3 a diesel, com variações de 160 e 190 cv, também é de origem Nissan.
A chegada da Alaskan ao Brasil, porém, ainda é incerta, apesar de o mercado tupiniquim poder ser um bom destino para as unidades feitas na Argentina – a picape já é feita em México e Espanha. Porém, há que se considerar a estranha estratégia de veículos comerciais da Renault por aqui. A Duster Oroch, por exemplo, jamais foi oferecida com tração 4×4 em nosso País, embora o modelo feito em São José dos Pinhais (PR) seja exportado a Chile, Uruguai e Argentina com tal sistema. Já a última geração do Kangoo, também feita na terra do tango, não tem previsão de ser comercializada por aqui e poderia ser uma opção de acesso por aqui. Curiosamente, o Master é o líder dos furgões grandes no Brasil, o que poderia ser aproveitado pela francesa para atrair clientes para seu utilitário menor.