Nissan cortará produção e gama em 20%, fechará fábricas e deixará mercados


Nissan Sylphy, o Sentra chinês

O plano de reestruturação da Nissan começou a gerar burburinho no início do mês, ainda com rumores e incertezas (leia aqui). Agora, porém, a gigante japonesa oficializa seu programa de reorganização, que deve ser aplicado ao longo dos próximos quatro anos, com medidas impactantes para vários países. A empresa pretende reduzir sua capacidade fabril em 20%, fechando fábricas e reduzindo a gama de produtos no mesmo percentual. Também se decidiu deixar mercados pouco ou nada lucrativos, o que se refletirá na atuação da divisão de baixo custo Datsun, cada vez mais arriscada a desaparecer.

O principal objetivo da Nissan no momento é cortar custos e evitar dispor de produtos redundantes. Por isso, a gama atual da marca, composta por 69 diferentes veículos, será reduzida a 55.  Da mesma forma, diminuirá seu volume de produção global em 20%, chegando a 5,4 milhões de veículos anuais, e fechará plantas com baixa ocupação: elas terão de operar sempre com pelo menos 80% do máximo instalado.

Nissan Navara/Frontier

Por isso, a fábrica espanhola de Barcelona, aberta em 1983, será fechada em dezembro de 2021. Atualmente responsável por Nissan e-NV200, Frontier e Renault Alaskan, ela deixou de montar vários produtos recentemente, como o hatch Nissan Pulsar e a picape Mercedes Classe X. Dos atuais 2.400 funcionários, cerca de 600 serão realocados. O furgão deverá ser produzido pela Renault na francesa Maubeuge, enquanto as picapes passarão  a ser feitas na África do Sul.

Na Ásia, a Nissan fechará a fábrica da Indonésia, como já se esperava desde o fim da montagem dos Datsun por lá (leia aqui). Além de China e Japão, a empresa só terá linha de produção na Tailândia. No futuro, pode haver compartilhamento de instalações com as aliadas Renault e Mitsubishi, em um plano a ser detalhado. O que se sabe é que cada uma terá seu papel dentro da aliança, com a Nissan comandando as parceiras em América do Norte, China e Japão, como se previa (leia aqui).

Datsun Mi-Do, irmão do Lada Granta, não conquistou russos

Em outras regiões do planeta, a Nissan pretende usar a estrutura das aliadas para dar sequência à reestruturação, como em Ásia, África, Europa e América do Sul. A empresa também decidiu se retirar da Coreia do Sul, devido à pequena relevância desse mercado em suas contas. Já a Datsun deixará a Rússia (leia aqui), em medida semelhante ao que aconteceu na Indonésia. A divisão de baixo custo, dessa forma, ficará restrita à Índia, com sério risco de ser dissolvida em breve.

Nissan Leaf

A necessidade de renovar a gama também foi ressaltada no plano, principalmente pela perda de mercado nos Estados Unidos. A Nissan garante lançar 12 novos produtos ao longo dos próximos 18 meses, sem dar mais detalhes. Outro ponto a ser explorado é o setor de eletrificados, com a chegada de mais quatro híbridos (e-Power) e dois elétricos, especialmente no Japão. Na terra do sol nascente, os veículos de matriz energética mais limpa devem representar 60% de suas vendas até 2023. No mesmo ano, a Nissan almeja emplacar 1 milhão de eletrificados globalmente.

Todo o plano deve ser refletido em uma redução de custo fixo de US$ 2,78 bilhões (R$ 14,99 bilhões) anuais. Até 2023, a meta é chegar a 6% de fatia no mercado global, com margem operacional de lucro de 5%.

Nissan Kicks e-Power

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