A Honda anunciou que deixará a Fórmula 1 após a temporada 2021. A decisão foi confirmada pela montadora japonesa há poucas horas, informando que a empresa respeitará o contrato vigente de desenvolvimento e fornecimento de motores com Red Bull e Alpha Tauri. Estas, agora, terão de buscar um novo parceiro técnico, o que pode levar ambas a voltar a correr com propulsores Renault.
A possibilidade de deixar a F1 já vinha sendo considerada pela Honda, que comunicou Red Bull e Alpha Tauri sobre uma possível saída em agosto. A empresa japonesa afirma que a pandemia de coronavírus impactou na decisão, fazendo com que a companhia precisasse priorizar o que traz mais recursos: a criação e a venda de veículos. Contudo, ela garante que vai dar o máximo para entregar o melhor motor às clientes, almejando sair da categoria com um título em 2021.
A Honda voltou à Fórmula 1 em 2015, ao firmar uma parceria para entregar motores à McLaren de forma exclusiva. Após três anos turbulentos, as partes rescindiram (leia aqui), com a japonesa virando aliada da então Toro Rosso (leia aqui), hoje Alpha Tauri. Em 2019 (leia aqui), foi a Red Bull quem passou a andar com os propulsores nipônicos. Em duas temporadas e meia, a parceria soma cinco vitórias (uma delas para a Alpha Tauri)
COMO FICAM AS CLIENTES?
Ainda que estejam “sem motor”, Red Bull e Alpha Tauri têm uma garantia: a Renault. Pelo regulamento da F1, a produtora de propulsores com o menor número de clientes é obrigada a entregar usinas para escuderias sem contrato com as demais. Os franceses terão apenas eles próprios já a partir de 2021 – aliás, a Alpine (leia aqui) -, haja vista que a McLaren voltará a usar conjuntos da Mercedes no ano que vem (leia aqui). Resta saber como será a relação entre as partes, bastante conturbada após as críticas públicas feitas anteriormente.
A Renault fica como “única opção” por dois motivos. O primeiro é a dificuldade em conseguir um parceiro para motores em um prazo tão curto: é preciso dedicar esforço e dinheiro para desenvolver e produzir um equipamento potente e confiável. O segundo está no desinteresse de Ferrari e Mercedes, as outras fabricantes de propulsores na F1, em entregar usinas para uma adversária direta.