A Daimler/Mercedes-Benz anunciou o aumento de participação societária na Aston Martin. Atualmente com 2,6% dos ativos, após a abertura de capital da marca inglesa (leia aqui), os alemães elevarão sua fatia para 20% em três anos. O aumento acionário acontecerá mediante a cessão de tecnologias relativas a sistema de propulsão. A transação é avaliada em £ 286 milhões (R$ 2,14 bilhões).
De acordo com as partes, o aumento de participação será feito mediante o recebimento de novas ações, o que acontecerá até 2023 mediante o lançamento de pacotes de tecnologia por parte da Mercedes. O acordo antevê o fornecimento de sistemas híbridos e elétricos alemães à Aston Martin, para uso em esportivos. Futuramente, a parceria deve ser estendida à Fórmula 1, onde já existe um contrato entre os germânicos e a Racing Point, que passará a usar o nome da marca inglesa em 2021.
Na negociação, foram definidos os termos para o primeiro lançamento. Apesar do sigilo quanto aos equipamentos, as companhias avaliam a primeira transação em £ 140 milhões (). Tal valor garantirá à Mercedes um aumento de participação dos atuais 2,6% para 11,8%. Para avanços futuros, as empresas ainda decidirão quais tecnologias serão cedidas, os valores a serem atribuídos a elas e seu percentual acionário equivalente.
O acerto é um aprofundamento das relações entre Mercedes e Aston Martin, que remota a 2013. Na época, os alemães aceitaram ceder motores AMG V8 para os esportivos britânicos em troca de 5% das ações da montadora. Após a abertura de capital e diferentes modalidades de negócio, a fatia acabou caindo para 2,6%. A compra de boa parte da inglesa por parte do bilionário canadense Lawrence Stroll (leia aqui) aproximou ainda mais as duas companhias, fazendo até com que o Toto Wolff, chefe da equipe Mercedes de Fórmula 1, adquirisse um pedaço da Aston Martin (leia aqui). Não por acaso também, o antigo comandante de desempenho da AMG, Tobias Moers, assumiu recentemente como CEO da montadora britânica (leia aqui).
Comenta-se nos bastidores que a parceria cada vez mais profunda possa se refletir em uma futura aliança na Fórmula 1. A Mercedes se retiraria da categoria para focar nos elétricos, inclusive na Fórmula E, após dominar a “era híbrida” da mais famosa categoria de automobilismo do mundo. Satisfeita com a hegemonia, ela poderia se tornar “apenas” uma fornecedora de componentes, deixando a competição para sua mais recente aliada.