Renault apresenta plano global de reestruturação com Alpine, Dacia e Lada


A Renault anunciou um novo plano de reestruturação global, que envolve também as divisões Alpine, Dacia e Lada. Chamado Renaulution, ele será aplicado em três fases, tendo como objetivo renovar a gama das marcas em torno de veículos elétricos. Outra meta é assumir a liderança dos médios, o chamado segmento C na Europa, sem perder a dianteira nos compactos – este, o segmento B. O projeto já começou a ser colocado em prática pelo recém-chegado CEO Luca de Meo, que trocou recentemente alguns altos executivos da gigante francesa.

De acordo com a Renault, o plano será aplicado em três fases. A primeira se chama Ressurreição, ficará em vigor entre 2021 e 2023 e terá a missão de fazer a companhia recuperar dinheiro e otimizar custos. A segunda etapa é a Renovação, vigente até 2025, e que pretende aumentar os ganhos por venda com novos produtos. Ou seja: é possível que vejamos medidas drásticas, como a da Ford, de deixar segmentos de maior volume em favor de categorias lucrativas em determinados mercados. Daqui cinco anos, entra em cena a Revolução, focada em tecnologia, energia e novas soluções de mobilidade.

De acordo com De Meo, o plano resultará em uma mudança radical de filosofia dentro do Grupo Renault. “Vamos passar de uma empresa de veículos trabalhando com tecnologia para uma empresa de tecnologia trabalhando com veículos, obtendo pelo menos 20% de nossas receitas com serviços, dados e energia até 2030”, aponta. Para tanto, as marcas controladas pela gigante francesa terão um significativo remanejo interno. “Essa eficiência aprimorada vai alimentar nossa gama futura: tecnológica, eletrificada e competitiva. E isso deixará nossas marcas mais fortes, cada qual com seu território claramente diferenciado”, acrescenta.

Dentro do projeto, são aguardados pelo menos 24 lançamentos até 2025, metade deles nos segmentos compacto e médio. Do total, serão 10 carros puramente elétricos. Em termos de sinergia, a companhia reduzirá o número de plataformas de seis para três, somando cerca de 80% do volume fabril sobre três arquiteturas, e diminuirá o número de famílias de propulsores de oito para quatro. O corte também resultará na retração do volume total de produção, passando de quatro milhões em 2019 para 3,1 milhões em 2025.

LIDERANÇA EM ELÉTRICOS NA EUROPA

O Renaulution pretende tornar a Renault uma empresa de referência em termos de eletrificação. Na Europa, metade de seus lançamentos nos próximos quatro anos serão movidos por eletricidade. O plano inclui criar um “polo elétrico” ao Norte da França, onde ficará a maior fábrica de veículos ecologicamente corretos do grupo, e o desenvolvimento de propulsão por célula de combustível alimentada por hidrogênio mediante parceria/joint-venture. A empresa fala ainda em investir em “segmentos lucrativos” em América Latina e Rússia.

Para ajudar a cobrir o mercado de elétricos, a Renault planeja impulsionar o alcance da Alpine. Agora responsável por seu braço esportivo, o que inclui a equipe de Fórmula 1 (leia aqui) e a divisão RS, a empresa passará de um produto – o atual A110 (leia aqui) – para três: um hatch construído sobre a plataforma CMF-B, um crossover na base CMF-EV derivado do Nissan Ariya (leia aqui) e um esportivo a ser desenvolvido em parceria com a Lotus (leia aqui). A meta é tornar a Alpine lucrativa até 2025, fazendo com que a marca expanda operações para além da Europa.

Por fim, Lada e Dacia se tornam as representantes da companhia no segmento de custo, prometendo sete novidades até 2025: quatro na marca russa, três na romena. No pacote, dois produtos atuarão no segmento C, de médios. O objetivo é reduzir o número de plataformas de quatro para apenas uma e o de carrocerias baixar de 18 para 11. A Dacia ainda terá papel importante para melhorar a eficiência energética, com ênfase em motores a gás GLP e sistemas híbridos, além de reviver “modelos icônicos” da marca.

A Renault encerra seu comunicado indicando uma aposta alta na divisão de mobilidade Mobilize. Ela receberá investimentos pesados a fim de alcançar a meta de representar 20% das receitas totais do grupo até 2030, oferecendo serviços de mobilidade, dados e energia. A empresa contará ainda com quatro modelos totalmente dedicados: dois para compartilhamento, outro para locação pontual e um último para “entregas finais”, aquelas feitas entre o ponto de armazenagem até o consumidor final.

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