A polêmica em torno da enorme grade adotada pelos BMW recentes ganhou força com a chegada dos modelos M3/M4 (leia aqui), Série 4 (leia aqui) e iX (leia aqui). Mas as críticas sobre o exagero das proporções não parecem atingir a marca. À revista inglesa Autocar, o vice-presidente de design do grupo, Adrian van Hooydonk, e o chefe de design da marca, Domagoj Dukec, defenderam a solução e afirmaram que ela ajuda a fabricante a “se destacar” no mercado.
Para Dukoc, a grade de maiores proporções é uma maneira de fazer algo diferente no setor automotivo – muito embora, pelo contrário, o que mais se tem visto é um aumento significativo dessa solução, desde os tempos dos “V” na Volkswagen, dos trapézios da Audi e do “bocão” da Peugeot. “Se você quer criar algo que se destaque, ele deve ser distinguível e diferente. Se quer atingir alguns consumidores, precisa se destacar. Nosso objetivo não é agradar todas as pessoas do mundo, é agradar nossos clientes. Tudo é feito par ao cliente”, disse. Para ele, uma prova da aceitação entre seus consumidores é o crescimento de 3,2% nas vendas globais no último trimestre de 2020, embora o número considere também os emplacamentos de Mini e Rolls-Royce.
Apesar de defender a grade gigante, Van Hooydonk admite dificuldades na “transição” do passado para o futuro, especialmente pelo design característico dos BMW. “Há certo atrito quando seu produto antigo é tão bem sucedido e é o que temos visto. Se você não tem sucesso, precisa mudar. É uma situação estressante. Mas é melhor ter esse tipo de estresse [a controvérsia da mudança], ainda que fosse melhor se tivéssemos sucesso de mercado e boa aceitação nas mudanças”, pontua.
Como citamos acima, a BMW tem hoje três produtos com grades enormes. O Série 4 foi o primeiro, adotando uma grelha quase desproporcional, que se encaixaria melhor em modelos como o SUV grande X7. Vieram então M3 e M4, com acabamento horizontal e sem bordas, criando um efeito ainda mais polêmico. Por fim, o elétrico iX ganhou um elemento de filosofia parecida, mas apenas com função estética, haja vista que não há necessidade de grande tomada de ar em modelos movidos a eletricidade.
[ Fonte: Autocar ]