Apresentado no Brasil no final de 2016 (leia aqui), o protótipo da Nissan movido a célula de combustível alimentada por etanol terá intensificado o desenvolvimento da tecnologia. A marca anunciou uma parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) para trabalharem conjuntamente em torno da viabilidade econômica desse sistema de propulsão. O sistema é uma variação do que já se vê no exterior com o hidrogênio, mas está mais perto de chegar à grande escala devido à maior facilidade de armazenamento do álcool.
Como adiantado em 2016, a Nissan tem por base um equipamento chamado Célula de Combustível de Óxido Sólido (SOFC). Simplificando, o sistema faz com que o etanol passe por um reformador, que extrai hidrogênio do combustível para combiná-lo ao oxigênio dentro da célula. Essa reação química (eletrólise) gera a eletricidade que alimenta o motor. O avanço facilita não apenas o reabastecimento e a armazenagem do líquido usado no processo, mas também faz com que não seja necessária uma bateria tão grande como a utilizada pelos chamados elétricos puros.
O ponto crítico, logicamente, é o custo da tecnologia. Por isso, a Nissan se aliou ao Ipen para a busca de um modelo de negócio comercialmente viável. Na ponta do lápis, para o uso do consumidor, já se sabe que o gasto de abastecimento é baixo, com cerca de 30 litros de etanol – misturados a outros 30 litros de água – para que se percorram cerca de 600 km. O problema está na aquisição do equipamento e na manutenção do conjunto motriz.
Oficialmente, um veículo movido pelo SOFC não é considerado como “zero emissões”, por haver queima do etanol. Todavia, considerando-se todo o processo de produção do combustível, as emissões de dióxido de carbono (CO2) decorrentes da propulsão seriam compensadas pelo cultivo da cana de açúcar.