Michael Taylor chega ao Japão (esq.) para ajudar Ghosn (dir.) a fugir
A Justiça do Japão condenou os dois americanos que ajudaram Carlos Ghosn a deixar o país para fugir de uma acusação de fraude fiscal na época em que era CEO da Nissan (leia aqui). O ex-militar Michael Taylor e seu filho Peter Taylor foram considerados culpados das acusações de terem orquestrado e auxiliado o executivo a escapar do país dentro de uma caixa de instrumentos musicais embarcada em um jatinho particular. Michael ficará dois anos preso, enquanto Peter será encarcerado por um ano e oito meses.
De acordo com as investigações e também a argumentação da defesa (leia aqui), os Taylor foram contratados para auxiliar na fuga de Ghosn. Eles se encontraram com o brasileiro em um hotel no dia 29 de dezembro de 2019, em Tóquio, e foram juntos de trem até Osaka. Peter então deixou o país, enquanto Michael e outro aliado, George-Antoine Zayek, ajudaram Carlos a se esconder em uma caixa de instrumentos. Os três, então, embarcaram em um jato particular no aeroporto de Kansai, tendo como destino a Turquia. De lá, partiram em outra aeronave até Beirute, capital do Líbano, onde Ghosn está asilado (leia aqui). Pelo auxílio, os Taylor receberam US$ 1,3 milhão da família do executivo.
As investigações, porém, prosseguiram, até que em maio de 2020 os americanos foram presos no estado de Massachusetts. Após diversos apelos da defesa, eles acabaram extraditados ao Japão em março desse ano. À Justiça de Tóquio, Michael argumentou que o dinheiro recebido de Ghosn pagou apenas as despesas para a fuga, segundo a ABC News. A promotoria pediu a prisão do ex-militar por dois anos e dez meses e de Michael por dois anos e seis meses – a legislação nipônica determina pena máxima de três anos por ajudar um criminoso (leia aqui). A defesa pediu a suspensão das sentenças, considerando-se que a dupla já estava presa antes nos EUA.
[ Fonte: ABC News ]