F1: Após “strike” de Bottas, Ocon vence na Hungria; Williams pontua em dobro

A expectativa em torno do GP da Hungria era grande: a última etapa antes das férias de verão no Hemisfério Norte, com a temporada 2021 da Fórmula 1 chegando à metade. E não faltaram emoções e reviravoltas, que começaram ainda na primeira curva, quando o desgovernado Valtteri Bottas causou uma grande colisão, tirando dois carros da prova e danificando o monoposto de Max Verstappen. Em seguida, Lance Stroll também fez das suas, rendendo outro acidente. No final, a prova foi vencida por Esteban Ocon, cravando sua primeira vitória e da equipe Alpine. Sebastian Vettel foi segundo na pista, mas foi desclassificado, deixando a posição para Lewis Hamilton – provisoriamente, com apelo da Aston Martin, ele segue na posição. Carlos Sainz completou o pódio, seguido por um Fernando Alonso inspirado. O GP da Hungria foi marcado ainda pela pontuação dos dois pilotos da Williams e a volta mais rápida cravada por Pierre Gasly.

A CORRIDA

Após a classificação com duas Mercedes na ponta, seguidas por duas Red Bull, parecia que teríamos um duelo emocionante pela vitória. Ainda mais com a pista molhada, que fez com que todas as equipes colocassem pneus intermediários. Mas não foi o que aconteceu. Largando mal, Bottas começou a ser ultrapassado pelos rivais, inclusive Lando Norris, que partiu em sexto. O finlandês errou o ponto de freada e colidiu forte contra o rival da McLaren. Por sua vez, Norris atingiu Verstappen, enquanto o próprio Bottas acabou batendo em Sergio Perez. Logo atrás, Stroll perdeu o controle do carro e colidiu contra Charles Leclerc, que acabou tocando em Daniel Ricciardo.

Com a confusão, Ocon, que largou em oitavo, pulou para segundo, seguido por Vettel, que partiu em décimo, e Sainz, que havia saído em 15º. “Ileso”, Hamilton continuava na ponta. A confusão acabou causando bandeira vermelha, para retirada de todos os carros. O de Bottas ficou parado na primeira curva, enquanto de Leclerc ficou na terceira. O de Perez rodou apenas mais adiante, enquanto Norris conseguiu até chegar aos boxes, mas os danos eram muito grandes. Durante a paralisação, a Red Bull trabalhou forte para tentar “maquiar” o carro de Verstappen e mantê-lo na pista.

Com a pista liberada, os carros circularam pela pista. Hamilton questionou a equipe sobre trocar os pneus intermediários, mas não trocou os compostos. E o inacreditável aconteceu: todos os outros pilotos pararam para calçar médios, deixando Lewis sozinho na largada. Ali dentro, a Alfa Romeo acabaria liberando Kimi Räikkönen inadvertidamente, causando um toque em Nikita Mazepin e tirando o russo da prova.

Após a nova partida, Hamilton pisaria fundo para também ir aos boxes, substituir os componentes e voltar no fundo do pelotão. Com a parada, a liderança caiu no colo de Ocon, seguido por Vettel, Nicholas Latifi e Yuki Tsunoda. Naquele momento, Verstappen era apenas o 12º colocado de 14 pilotos. Ele sofreria bastante com o carro, devido aos danos causados pela colisão inicial.

Com o carro íntegro, Hamilton começaria a escalar o pelotão em busca de melhorar suas posições. Ele logo passaria Antonio Giovinazzi e, pouco depois, Mick Schumacher, ganhando também a posição de Räikkönen, que foi aos boxes. Verstappen também superaria os dois últimos, subindo para nono. Com dificuldades para alcançar os ponteiros, pela proximidade, Lewis parou novamente e colocou compostos duros, a fim de correr “de cara para o vento”. Daniel Ricciardo e Verstappen tentaram evitar o undercut, mas Max acabou atrapalhado pela McLaren na volta à pista, o que fez Hamilton ultrapassar os dois.

Na volta 21, Hamilton era décimo e estava já à frente de dois fortes rivais, não tendo dificuldades para começar a chegar em adversários menos experientes. Com ritmo forte, o britânico conseguia tirar a vantagem de quem vinha à frente, o que lhe beneficiou quando, por exemplo, pararam George Russell e Gasly. Na pista, ele ultrapassou Schumacher novamente, Latifi e Tsunoda, sem dificuldades. Na 32, ele já era o quinto e subiu para quarto quando Alonso, que liderou por duas voltas e ficou 35 giros com médios, parou.

Pelo ritmo forte, o desgaste de pneus obrigou Hamilton a parar de novo, colocando-o atrás de Alonso. Ali, teríamos o duelo mais belo da prova. O inglês ficou quase 10 voltas tentando superar o espanhol, que se defendia bravamente, sem dar brecha para o antigo companheiro de equipe. No único erro de freada que cometeu, o bicampeão não conseguiu segurar o rival, que tomou-lhe o quarto posto. Mais à frente, Hamilton não teve a mesma dificuldade para ultrapassar Sainz.

O belo duelo rendeu a Alonso a escolha pelo público de piloto do dia, mas também foi crucial para a vitória de Ocon. Hamilton vinha em ritmo forte e terminou a menos de três segundos do francês. A prova do jovem piloto da Alpine foi também consistente: ele se defendeu com maestria das constantes investidas de Vettel, que passou a prova toda grudado no adversário. O alemão ainda pode ser desclassificado, após os comissários não conseguirem extrair o mínimo exigido de um litro de combustível de seu tanque. A Aston Martin recorreu da decisão, o que deixa o resultado final ainda suspenso.

Mais atrás, sofrendo com o carro, Verstappen só conseguiu superar Ricciardo na volta 59 e não teve ritmo para ameaçar as Williams. terminando em décimo. A dupla inglesa, aliás, conseguiu marcar seus primeiros pontos na temporada, com o oitavo e o nono lugares. No giro final, Gasly cravou a melhor volta, conquistando o ponto extra.

A Fórmula 1 entra nas férias de verão, parando por quatro semanas. A próxima prova é o GP da Bélgica, no circuito de Spa-Francorchamps, entre 27 e 29 de agosto.

Confira abaixo a classificação da prova.

GP ROLEX DA HUNGRIA (70 voltas)
1. Esteban Ocon (FRA) – Alpine-Renault – em 2h04min43s199
2. Sebastian Vettel (ALE) – Aston Martin-Mercedes – a 1s859
3. Lewis Hamilton (ING) – Mercedes – a 2s736
4. Carlos Sainz (ESP) – Ferrari – a 15s018
5. Fernando Alonso (ESP) – Alpine-Renault – a 15s651
6. Pierre Gasly (FRA) – AlphaTauri-Honda – a 1min03s614
7. Yuki Tsunoda (JAP) – AlphaTauri-Honda – a 1min15s803
8. Nicholas Latifi (CAN) – Williams-Mercedes – a 1min17s910
9. George Russell (ING) – Williams-Mercedes – a 1min19s094
10. Max Verstappen (HOL) – Red Bull-Honda – a 1min20s244
11. Kimi Räikkönen (FIN) – Alfa Romeo-Ferrari – a 1 volta
12. Daniel Ricciardo (AUS) – McLaren-Mercedes – a 1 volta
13. Mick Schumacher (ALE) – Haas-Ferrari  – a 1 volta
14. Antonio Giovinazzi (ITA) – Alfa Romeo-Ferrari – a 1 volta

NÃO COMPLETARAM
Nikita Mazepin (RUS) – Haas-Ferrari (Acidente)
Lando Norris (ING) – McLaren-Mercedes
Valtteri Bottas (FIN) – Mercedes
Sergio Perez (MEX) – Red Bull-Honda
Charles Leclerc (MON) – Ferrari
Lance Stroll (CAN) – Aston Martin-Mercedes (Acidente)

VOLTA MAIS RÁPIDA
Pierre Gasly (FRA) – AlphaTauri-Honda – 1min18s394 (volta 70)

PILOTO DO DIA (Votação do Público)
Fernando Alonso (ESP) – Alpine-Renault

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