Depois de muitas polêmicas e promessas, a SSC admitiu o que já se esperava: não alcançou os 532,7 km/h em testes com o Tuatara. A empresa reconheceu que o esportivo não conseguiu atingir os números alardeados em outubro de 2020 (leia aqui). A intenção era fazer uma nova tentativa para repetir o recorde, o que ainda não aconteceu, mas a companhia promete organizar uma nova prova para superar os mais de 490 km/h registrados pelo Bugatti Chiron (leia aqui).
Depois de muitas idas e vindas e alegações de que seria a fabricante do carro de produção em série mais veloz do mundo, a SSC reconheceu não ter conseguido cumprir sua meta. Em seu perfil no Instagram, a marca fez um pequeno comunicado sobre o tema. “Nós acompanhamos seus questionamentos por meses e entendemos suas frustrações. Se caso isso não tenha ficado claro, gostaríamos de reconhecer oficialmente que não alcançamos a velocidade divulgada anteriormente de 331 milhas por hora (533 km/h) ou mesmo as 301 milhas por hora (484 km/h) em outubro de 2020. Estamos realmente de coração partido como empresa quando descobrimos que não alcançamos esse feito, e estamos em um esforço contínuo para quebrar a barreira das 300 milhas por hora (483 km/h) com transparência, oficialmente e sem deixar dúvidas”, diz a breve nota.
O texto curto deixa claro que a SSC não apenas não cumpriu sua meta, como também publicou resultados imprecisos. Além de toda a polêmica gerada, certamente a credibilidade da marca fica comprometida. Afinal, futuros resultados serão confiáveis? Os produtos, como o Tuatara, conseguirão entregar o que prometem?
A POLÊMICA E UMA NOVA TENTATIVA FUTURA
A polêmica em torno da velocidade do Tuatara começou imediatamente após a publicação dos vídeos em que o modelo eventualmente teria cumprido o feito. Em outubro de 2020, a SSC afirmou ter obtido a média de 508,7 km/h em duas passagens, em sentidos opostos em uma rodovia próxima de Las Vegas (EUA), onde aferiu 484,53 e 532,7 km/h, respectivamente. Logo depois, um youtuber dedicado a esse tipo de registro começou a apontar inconsistências nas informações. Para ele, as imagens captadas pelas câmeras não correspondiam aos dados obtidos por telemetria e GPS. Ele comparou vários pontos da rodovia e indicou que, a determinadas velocidades, tais locais deveriam ser superados pelo veículo em períodos mais curtos que os registrados pelos vídeos.
As alegações do youtuber foram rebatidas pela SSC. Segundo a empresa, os dados obtidos pelo GPS eram validados pela fornecedora do equipamento, Dewetron, que depois contradisse a montadora, afirmando que não havia homologado as informações. Em um novo ensaio, feito em dezembro de 2020, o Tuatara alcançou 404 km/h, mas teve o teste suspenso por superaquecimento do motor. Em janeiro desse ano (leia aqui), após outra tentativa, o esportivo chegou à média de 455,3 km/h, tornando-se então o modelo de produção mais veloz – se considerarmos que o Chiron detentor do recorde é uma série especial -, mas bem distante do número alardeado anteriormente.
A SSC então havia previsto mais uma tentativa de chegar aos 500 km/h em maio. Todavia, um acidente com o caminhão que carregava o exemplar do Tuatara para o local de testes impossibilitou a nova prova. O CEO, Jarod Shelby, garante que a companhia não desistiu dos planos e promete buscar o número recorde no futuro.