A tantas vezes especulada chegada do Grupo Volkswagen à Fórmula 1 pode enfim acontecer. De acordo com o site Motorsport, a Mercedes-Benz já sinalizou a possibilidade de aceitar a redução da complexidade do motor utilizado na categoria para atrair a compatriota. Exigindo menos recursos técnicos e financeiros, a empresa sediada em Wolfsburg estaria inclinada a participar da maior competição monopostos do mundo.
A simplificação das atuas “unidades de potência” vem sendo discutida pelas fabricantes atuais: Ferrari, Renault, Mercedes e Red Bull, que assumirá a estrutura mantida atualmente pela Honda. A intenção é diminuir a complexidade técnica, tornar os motores mais ecológicos e, claro, reduzir custos. Na última reunião, realizada em julho na Áustria, estiveram presentes representantes de Audi e Porsche, duas das marcas do Grupo VW. Uma delas poderia participar da F1 no futuro, com o fornecimento de motores.
Renault e Mercedes são as fornecedoras que defendem a manutenção dos sistemas atuais, enquanto a Ferrari se mostra “neutra”. Por isso, a posição dos alemães pode mudar o jogo. Eles aceitariam, por exemplo, remover o MGU-H, atualmente o componente mais complexo do motor, que utiliza os gases de escape para reduzir o turbolag e também ajuda a aumentar a potência no sistema híbrido. O componente é caro e também é considerado um dos trunfos da Mercedes na F1.
Ainda assim, Toto Wolff, chefe da equipe alemã, não descarta a possibilidade de abrir mão do equipamento, se ajudar a atrair os compatriotas. “O MGU-H pode ser removido, se nos alinharmos em muitos outros pontos. Acredito que seja um compromisso que, não posso falar pelos outros, mas na Mercedes, estamos preparados para assumir, caso facilite a entrada do Grupo Volkswagen. Mas há muitos outros tópicos onde o comprometimento [mútuo] precisa ser assumido”, pontuou. Assim, as flechas prateadas topariam abrir mão do componente, mas requerem ações parecidas das rivais.
Pelo lado da Red Bull, que assumirá a operação da Honda em 2022, sugere-se que novas empresas interessadas em entrar na F1 possam ter certa tolerância. Isso foi feito no passado com a própria marca japonesa, quando ainda era parceira da McLaren. “É compreensível que as fabricantes atuais, que investiram nos motores, queiram levar as tecnologias para o novo regulamento. Mas ele é muito caro atualmente e a redução desse custo é o que temos discutido”, aponta o chefe dos austríacos, Christian Horner.
[ Fonte: Motorsport ]