CEO da Toyota aponta: “O inimigo é o carbono, não o motor a combustão”


Akio Toyoda, CEO da Toyota

Criticado anteriormente por contestar a eletrificação massiva dos veículos (leia aqui), Akio Toyoda, CEO da Toyota, voltou a defender os motores a combustão. Em evento da Associação das Montadoras de Automóveis do Japão (Jama), o executivo disse que o verdadeiro inimigo da humanidade é o carbono, em alusão ao CO2, e não necessariamente os propulsores alimentados por gasolina, etanol ou diesel. Ele ressaltou ainda que a transição total aos elétricos pode causar enorme desemprego na terra do sol nascente.

Segundo Toyoda, o avanço da tecnologia, os pesados investimentos e a popularização dos híbridos, sistema adotado pela Toyota há mais de duas décadas, têm sido elementos de destaque na busca por uma melhor qualidade do ar. “O carbono é o nosso inimigo, não o motor a combustão interna”, destacou, acrescentando que a indústria japonesa precisa “aproveitar as vantagens tecnológicas construídas até agora e maximizar a redução de emissão de CO2 com os veículos eletrificados de hoje”. Ele aponta que a indústria nipônica reduziu o lançamento de dióxido de carbono em 23% ao longo dos últimos 20 anos.

Para corroborar sua fala, o comandante da Toyota citou como exemplo o mais recente projeto experimental da marca. A empresa está testando exemplares do Corolla, no Japão, equipados com um motor de três cilindros turbinado, capaz de queimar hidrogênio em vez de gasolina. Não se trata de uma célula de combustível, mas sim de um propulsor a combustão interna tradicional, com cilindros, válvulas e pistões, entre outros. Toyoda disse ainda que a companhia planeja equipar veículos comerciais com sistema híbrido-diesel, aproveitando o maior torque deste último.

Concluindo seu ponto de vista, o CEO da Toyota disse que a eletrificação pode impactar diretamente no emprego dos japoneses. A indústria automotiva conta atualmente 5,5 milhões de funcionários, totalizando 10% da força de trabalho do país. Anualmente, o setor produz 10 milhões de unidades, dos quais 50% são exportados. Toyoda projeta que as fábricas nipônicas só serão capazes de fazer dois milhões de elétricos em 2030, quando boa parte dos países planeja banir os modelos a combustão, o que deixará a indústria local sem destino para a quantia restante, que não é consumida internamente. “Eu gostaria que os legisladores entendessem este ponto quando tratam da questão ambiental”, disse o CEO.

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