Sem peças, Volkswagen estende férias coletivas de fábricas brasileiras


A escassez de componentes eletrônicos fez com que a Volkswagen revisasse seu cronograma de produção nas fábricas brasileiras, ampliando os períodos de férias coletivas nas unidades. O prazo varia de 18 a 26 dias, a depender da planta, a fim de adequar a operação industrial à disponibilidade de peças. A expectativa é que o abastecimento dos semicondutores aconteça a partir de meados de janeiro, quando as unidades retomam as atividades.

A maior paralisação programada acontecerá na fábrica de Taubaté (SP), responsável por montar Gol e Voyage, a mais impactada pela falta de autopeças da VW Brasil. O complexo terá coletivas ao longo de 26 dias, entre 23 de dezembro e 18 de janeiro. A suspensão de operações terá 21 dias nas unidades de São José dos Pinhais (PR), onde é feito o T-Cross, e São Bernardo do Campo (SP), local de fabricação de Nivus, Polo, Virtus e Saveiro. Ambas estarão “inativas” entre 27/12 e 17/01. Por fim, a planta de São Carlos (SP), destinada a produzir motores, terá interrupção de 23/12 a 10/01, totalizando 18 dias.

Para o presidente das Volkswagen do Brasil e da América Latina, Pablo Di Si, a ampliação das férias ajudará a equilibrar as operações da marca na região. “Avaliamos que o melhor a fazer era conceder férias coletivas em todas as plantas, esperando que o fornecimento de semicondutores possa melhorar a partir do meio de janeiro”, pontua. Hoje, as fábricas operam em ritmo reduzido.

A maior preocupação da montadora estava relacionada ao estoque de veículos feitos de acordo com o programa de emissões Proconve L6, em vigor até 31 de dezembro de 2021. Em novembro, cerca de três mil veículos da VW, adequados a este plano, estavam inacabados apenas na fábrica de Taubaté. A empresa precisaria concluí-los para homologação até o fim do ano, o que deve acontecer sem muito susto. Os exemplares podem ser vendidos até 31 de março de 2022.

No entanto, Di Si afirma ter avisado às autoridades brasileiras do risco de ficar com unidades inacabadas. “Eu já vinha há muito tempo alertando o governo sobre esse problema [do estoque de carros inacabados L6 que não podem mais ser terminados a partir de janeiro], mas não houve compreensão. Para não aumentar o problema, nós decidimos parar de produzir veículos inacabados. Por isso paralisamos as linhas de produção e estamos completando o que falta”, explica.

Nesse sentido, a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que reúne as montadoras brasileiras, afirma estar negociando com o governo uma eventual extensão de prazo, que possa dar mais segurança aos fabricantes. Algumas empresas, como a General Motors, já não têm veículos alinhados ao L6, mas há outras marcas que ainda possuem unidades inacabadas adequadas ao plano em fim de vigência.

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