O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, proibiu a compra de petróleo da Rússia por parte das petrolíferas instaladas no país, como parte das sanções impostas ao governo de Moscou pela guerra contra a Ucrânia. A ação reduziu a oferta do líquido fóssil e, claro, limitou a produção de gasolina e diesel. Como resultado, os preços dispararam, atingindo o maior preço para o consumidor da história dos EUA.
A alta no preço do barril já vinha afetando operações em todo o mundo desde o início da guerra, alcançando US$ 120. A sanção, porém, acabou por prejudicar ainda mais os países que negociavam o produto com a Rússia, uma das maiores produtoras de petróleo do mundo. Para tentar seduzir outras nações, o governo de Moscou concedeu descontos generosos, de quase 30%, o que fez o comércio local se manter aquecido.
Para quem deixou de comprar da Rússia, contudo, a escassez mostrou seu efeito na economia, fazendo os preços dispararem. O preço médio do galão (3,785 litros) nos EUA bateu em US$ 4,173, o maior valor absoluto da história – na crise de 2008, chegou a US$ 4,10, que corrigidos atingem US$ 5,31. Estado mais caro para se manter um carro, a Califórnia tem preço médio de US$ 5,444, com algumas regiões de Los Angeles passando dos US$ 7. Considerando-se apenas o petróleo “cru”, a Rússia representou somente 3% do comprado pelos EUA em 2021. No entanto, ao se somarem os combustíveis “não terminados”, a fatia sobe para 8%.
Por ser um país amplamente motorizado, os EUA têm no aumento do preço dos combustíveis uma parcela significativa da inflação oficial. Além disso, a proibição de importação do gás russo também deve prejudicar o aquecimento doméstico e se refletir em aumento no custo de eletricidade.