Max Verstappen venceu o GP da França, disputado neste domingo (24), e abriu vantagem na liderança do Mundial de Pilotos da Fórmula 1 2022. O atual campeão triunfou após se beneficiar de um erro do rival Charles Leclerc, que liderava a prova quando bateu sozinho e abandonou a corrida. Após não conseguir superar o monegasco da Ferrari na pista, o holandês da Red Bull tentava passá-lo com estratégias de box, mas o plano acabou não sendo necessário. O segundo posto ficou com Lewis Hamilton, que largou bem, se defendeu dos ataques de Sergio Perez e “herdou” a posição de Verstappen com a batida de Leclerc. Em seguida, George Russell também fez boa prova, tomou a terceira posição de Perez a três voltas do fim e garantiu o outro lugar do pódio para a Mercedes. Em corrida de recuperação, Carlos Sainz terminou em quinto.
A CORRIDA
Largando na pole, Leclerc tracionou bem e conseguiu se desvencilhar de Verstappen. O holandês tinha de se preocupar com a chegada de Hamilton, que também teve bom início e passou Perez já na partida. Começando em quinto, Lando Norris foi superado por Russell, mas Fernando Alonso ultrapassou os dois, avançando para quinto e deixando o inglês da Mercedes na mesma posição de largada, sexto. Mais atrás, o clima era de atenção, com poucas trocas de posição. Ainda assim, Yuki Tsunoda e Esteban Ocon acabaram se tocando, com o japonês levando a pior, caindo para o fim da fila, enquanto o francês foi punido com 5 segundos. Em 19º, Carlos Sainz tentava escalar o pelotão, mas não conseguiu achar espaço para tanto. Em contrapartida, Kevin Magnussen, que saiu de 20º, avançou bem, chegando a 13º já na primeira volta.
Nos giros seguintes, Verstappen colocou forte pressão sobre Leclerc, mas o traçado de Paul Ricard torna difíceis as ultrapassagens. O holandês, assim, tentava forçar o erro do rival, que não aconteceu naquele momento. Mais atrás, Perez tentava fazer o mesmo com Hamilton, mas o heptacampeão conseguia abrir distância sobre o mexicano. Ele chegou a errar e sair da pista, mas havia margem suficiente para que o piloto da Red Bull não se aproximasse a ponto de poder abrir a asa móvel (DRS). Por outro lado, Russell, que superou Alonso na volta 3, tinha essa diferença, o que deixava Perez mais preocupado em se defender do que em atacar. Já Sainz vinha escalando o pelotão. Na volta 13, assumiria a 10ª posição.
Sem espaço para atacar, Verstappen optou por economizar um pouco o equipamento e apenas acompanhar Leclerc. A Red Bull, então, decidiu tentar o undercut, e chamou o holandês para calçar pneus duros já no giro 16. A expectativa era andar mais rápido que o rival com compostos novos e, quando o monegasco decidisse parar, houvesse margem suficiente para tomar a ponta. No entanto, na volta seguinte, Leclerc perdeu o controle do carro na curva 11 e estampou a barreira de pneus. Ele havia reclamado de um possível travamento do acelerador, como aconteceu na Áustria, mas admitiu, após a prova, que a culpa pela colisão foi dele próprio. Com isso, Hamilton assumiu a ponta.
Com a batida, o Safety Car foi à pista, dando oportunidade a todos os demais pilotos pararem para substituir seus pneus sem perder tanto tempo. Ainda assim, Verstappen conseguiu ficar à frente dos demais, seguido por Hamilton, Perez, Russell, Alonso, Norris, Daniel Ricciardo, Sainz, Ocon e Lance Stroll. Nas trocas, a Ferrari acabou liberando Sainz de maneira insegura, quase causando acidente – Alexander Albon chegou a travar as rodas de sua Williams para não bater -, o que renderia punição de 5s ao espanhol.
Na volta 21, a relargada trouxe nova emoção à briga, mas Verstappen conseguiu manter a ponta. Perez tentou se aproximar de Hamilton, porém o britânico fechou bem os espaços e controlou a distância. Novamente, o mexicano passaria a sofrer mais com Russell do que teria tempo para tentar uma ultrapassagem. Enquanto isso, Sainz aproveitava a aproximação para galgar posições, ultrapassando as duas McLaren e Alonso para chegar a quinto. Na 29, ele passaria por Russell, avançando para quarto. Na 40, a Ferrari orientou o espanhol a dar seu máximo, pois logo trocaria os pneus. Ele então ultrapassou Perez e assumiu o terceiro lugar, mas em seguida iria para os boxes substituir os compostos e pagar a punição.
Na volta 42, Russell mergulhou para cima de Perez. Os dois se tocaram, com o mexicano sendo empurrado para fora da pista. Ele retornou pela área de escape, deixou Sainz passar e ficou à frente do inglês da Mercedes, que reclamou no rádio à equipe. Em resposta, foi avisado pelo chefe do time, Toto Wolff, de que deveria se concentrar porque poderia passar “na pista”. A direção de prova considerou “incidente de corrida” e manteve as posições. Logo à frente, Sainz parou para pagar punição e trocar pneus, retornando em nono. No mesmo giro, ele tomaria a posição de Ocon e, com compostos médios novos, voltaria a subir posições a cada volta. Na 47, já era quinto.
Na 49, Zhou Guanyu acabou parando na área de escape da curva 6, causando Safety Car Virtual (VSC), situação em que todos devem obedecer a uma redução de velocidade de 40%, seguindo instruções que aparecem no volante. Dois giros mais tarde, na relargada, Perez bobeou e não fechou a porta para Russell, que ultrapassou o mexicano e assumiu a terceira colocação. Ele ainda tentaria devolver a manobra na volta final, quase retomando a posição, mas acabou em quarto, atrás do britânico da Mercedes.
A próxima corrida é o GP da Hungria, realizado no circuito de Hungaroring, situado na capital Budapeste. A disputa ocorre entre os dias 29 e 31 de julho e dá fim à “primeira parte” do campeonato, devido às férias do verão europeu. O retorno está marcado para o GP da Bélgica, no mítico autódromo de Spa-Francorchamps, em Stavelot, entre 26 e 28 de agosto.
Confira abaixo a classificação da prova.
GP LENOVO DA FRANÇA (53 voltas)
1. Max Verstappen (HOL) – Red Bull – em 01h30min02s112
2. Lewis Hamilton (ING) – Mercedes – a 10s587
3. George Russell (ING) – Mercedes – a 16s495
4. Sergio Perez (MEX) – Red Bull – a 17s310
5. Carlos Sainz (ESP) – Ferrari – a 28s872
6. Fernando Alonso (ESP) – Alpine-Renault – a 42s879
7. Lando Norris (ING) – McLaren-Mercedes – a 52s026
8. Esteban Ocon (FRA) – Alpine-Renault – a 56s959
9. Daniel Ricciardo (AUS) – McLaren-Mercedes – a 1min00s372
10. Lance Stroll (CAN) – Aston Martin-Mercedes – a 1min02s549
11. Sebastian Vettel (ALE) – Aston Martin-Mercedes – a 1min04s494
12. Pierre Gasly (FRA) – AlphaTauri-Red Bull – a 1min05s448
13. Alexander Albon (TAI) – Williams-Mercedes – a 1min08s565
14. Valtteri Bottas (FIN) – Alfa Romeo-Ferrari – a 1min16s666
15. Mick Schumacher (ALE) – Haas-Ferrari – a 1min20s394
16. Zhou Guanyu (CHN) – Alfa Romeo-Ferrari – a 6 voltas
NÃO COMPLETARAM
Nicholas Latifi (CAN) – Williams-Mercedes (danos de acidente)
Kevin Magnussen (DIN) – Haas-Ferrari (danos de acidente)
Yuki Tsunoda (JAP) – AlphaTauri-Red Bull (danos de acidente)
Charles Leclerc (MON) – Ferrari (acidente)
VOLTA MAIS RÁPIDA
Carlos Sainz (ESP) – Ferrari – 1min35s781 (volta 51)
PILOTO DO DIA (Votação do Público)
Carlos Sainz (ESP) – Ferrari