Largando na pole, Max Verstsappen parecia que não teria dificuldades para vencer o GP da Holanda, disputado em Zandvoort neste domingo (4). Contudo, o piloto da casa teve enfrentou adversidades e o bom rendimento das Mercedes para triunfar, contando com a “sorte” quando o Safety Car foi à pista já na fase final da disputa. A segunda colocação ficou com George Russell, que cravou seu melhor resultando em 2022, com Charles Leclerc completando o pódio. Lewis Hamilton foi quarto, após ter franca chance de vencer, seguido por Sergio Perez, enquanto Carlos Sainz foi somente o oitavo, após ser punido e atrapalhado pela Ferrari.
A CORRIDA
Largando na ponta, Verstappen tratou de fechar a porte sobre Leclerc para evitar que o monegasco tomasse a primeira curva por dentro e manteve a dianteira. Sainz também avançou bem, mas teve contato com Hamilton na primeira curva, sem dandos para ambos. Enquanto Perez continuou no quinto posto, Russell foi ultrapassado por Land Norris. Em seguida, Lance Stroll superou Mick Schumacher e Yuki Tsunoda e pulou para oitavo. Esteban Ocon também ultrapassou os mais jovens e ainda ganhou a posição de Pierre Gasly para subir de 12º para nono. Na volta 3, Russell retomaria a sexta posição de Norris. Dos ponteiros, apenas as Mercedes partiram com compostos médios.
Verstappen começou a abrir distância sobre Leclerc, enquanto Hamilton se aproximava de Sainz para tentar passá-lo, embora a diferença em reta fosse bastante favorável à Ferrari. Em 10º, Schumacher formava uma fila indiana, com até mesmo Sebastian Vettel, em 17º, podendo abrir asa, o que deixava o pelotão “encaixotado” atrás do alemão da Haas. Para fugir do trilho, o tetracampeão foi o primeiro a parar nos boxes, trocando os macios pelos médios em sua Aston Martin.
Os macios começam a dar sinais de degradação prematura e as equipes começam a chamar seus pilotos. Do Top 6, Sainz e Perez são os primeiros a ir aos boxes, na volta 15, voltando com médios. Mas a parada do espanhol é um desastre: a Ferrari esquece de um dos pneus, fazendo com que o piloto perca mais de 10 segundos além do tempo previsto. O mexicano sai à frente, “atropelando” uma parafusadeira deixada pelo time italiano no meio do caminho. Pelo rádio, na 17, Verstappen avisa à Red Bull que seus pneus seguem bons, sinalizando que pode permanecer na pista. No giro seguinte, Leclerc e Norris vão aos boxes, mas o líder para no 19, para não dar chance de qualquer undercut por parte do monegasco. Ele volta em terceiro.
As Mercedes, liderando com Hamilton, e Alexander Albon são os únicos que não trocaram compostos até a volta 20 – o tailandês da Williams pararia na 21. Com calçados novos, Verstappen começa a baixar a diferença para os ponteiros, enquanto Leclerc tenta caçar o rival. Na 28, o holandês ultrapassa Russel e sobe para segundo. Para tentar evitar embates, a Mercedes chama Hamilton na seguinte, colocando-lhe pneus duros para ir até o fim da prova. Ele retorna em quinto.
De cara para o vento, Verstappen começa a tentar abrir vantagem para poder ter uma distância segura em sua segunda parada. Na 31, Russell é chamado e adota a mesma estratégia do companheiro de time e volta atrás do heptacampeão. Com pneus melhores, Hamilton parte pra cima de Perez na 36 e enfim consegue superá-lo na 37. Mas Vettel sai lento dos boxes e não atende à sinalização de abrir caminho, enquanto retardatário, para os pilotos mais rápidos – o que lhe renderia punição em seguida. A permanência, além de fazer com que Hamilton e Perez fiquem bem próximos, causa “perda de tempo” para os pilotos, que poderiam ficar mais próximos dos líderes. Russell passaria pelo mexicano da Red Bull no giro 39.
Com Hamilton a plenos pulmões, a Red Bull começa a estudar as possibilidades para manter a liderança de Verstappen, que está a 19 segundos do britânico. Na 40, Perez calça os duros para verificar o comportamento do carro com este tipo de pneu, que vem dando certo com os rivais. Com o mexicano este composto também vai bem: ele crava a melhor volta na 43. Na dianteira, o atual campeão segue tentando extrair o máximo dos médios, mas a diferença para Hamilton cai para 11 s.
Na 45, Tsunoda para junto à pista alegando acreditar que uma roda está solta. Ele é orientado a guiar até de volta aos boxes, onde o pneu é verificado, assim como seu cinto. O japonês retorna à prova, mas, na 47, indica que o monoposto segue “estranho”. Ele agora estaciona entre as curvas 4 e 5, causando o Safety Car Virtual (VSC). Nesse ínterim, Lelerc vai os boxes na 46, retornando em quarto, atrás das Mercedes. Com o VSC, Norris e Alonso aproveitam para parar e calçar duros. Verstappen também troca compostos e retorna na ponta. A Mercedes aproveita para também substituir os seus e coloca médios para seus dois pilotos.
A 22 voltas do fim, a briga promete esquentar, ainda que Hamilton esteja a 12,5 do líder Verstappen. No entanto, o holandês mantém bom ritmo e não permite tanta aproximação do rival: após três giros, a diferença cai apenas para 11,3 s. Porém, o Alfa Romeo de Valtteri Bottas tem problemas mecânicos na 55, no final da reta, causando bandeira amarela. Sainz havia ultrapassado Ocon no setor e precisou devolver a posição em seguida. Em seguida, o Safety Car vai à pista e aproxima todos os carros.
Com a entrada do carro de segurança, Verstappen vai aos boxes para calçar macios, enquanto Perez utiliza os médios – estranhamente. Leclerc segue o líder, mas as Mercedes permanecem na pista. Para a retirada da Alfa Romeo, os carros são obrigados a passar pelo pit lane. Russell, então, vai ao rádio e pede por pneus macios, sendo prontamente atendido pela equipe, voltando atrás de Max. Na ponta, Hamilton não para e segue com os médios desgastados. Sainz também para, mas ao retornar é liberado de maneira insegura pela Ferrari, causando um toque com Alonso. A ação causa punição de 5 segundos para o espanhol.
Ao final da volta 60, o Safety Car se recolhe e libera a disputa novamente. Já na 61, Verstappen supera Hamilton sem dificuldade e dispara na liderança. Com os médios desgastados, o heptacampeão tende a ser alvo fácil para quem vem atrás, com macios novos. Não por acaso, é superado por Russell na 64 e Leclerc na 66. Sainz provavelmente teria a mesma oportunidade, mas o espanhol tinha de se defender do ataque de Perez – que, caso estivesse com macios, provavelmente teria superado o rival da Ferrari.
Na 68, Sainz é avisado de sua punição, mas não consegue abrir distância para os rivais. Perez tenta efusivamente superá-lo, na tentativa de caçar Hamilton nas voltas finais. No entanto, o mexicano tem a “porta fechada” pelo espanhol e chega a sair da pista, o que faz com que Alonso e Norris se aproximem bastante. O piloto da Red Bull, então, passa a se preocupar com quem vem atrás e não consegue mais encostar no adversário. Pela punição a Sainz, Ocon é orientado a pisar fundo para tentar entrar na margem dos 5 segundos, o que acaba não ocorrendo por 2 décimos. Lá na ponta, Verstappen cruza a linha de chegada antes dos demais, cravando sua décima vitória – a quarta consecutiva – em 15 etapas da F1 2022.
A próxima corrida é o GP da Itália, no tradicional circuito de Monza, já neste fim de semana, entre 9 e 11 de setembro.
Confira abaixo a classificação da prova.
GP HEINEKEN DA HOLANDA (72 voltas)
1. Max Verstappen (HOL) – Red Bull – em 01h36min42s773
2. George Russell (ING) – Mercedes – a 4s071
3. Charles Leclerc (MON) – Ferrari – a 10s929
4. Lewis Hamilton (ING) – Mercedes – a 13s016
5. Sergio Perez (MEX) – Red Bull – a 18s168
6. Fernando Alonso (ESP) – Alpine-Renault – a 18s754
7. Lando Norris (ING) – McLaren-Mercedes – a 19s306
8. Carlos Sainz (ESP) – Ferrari – a 20s916 **
9. Esteban Ocon (FRA) – Alpine-Renault – a 21s117
10. Lance Stroll (CAN) – Aston Martin-Mercedes – a 22s459
11. Pierre Gasly (FRA) – AlphaTauri-Red Bull – a 27s009
12. Alexander Albon (TAI) – Williams-Mercedes – a 30s390
13. Mick Schumacher (ALE) – Haas-Ferrari – a 32s995
14. Sebastian Vettel (ALE) – Aston Martin-Mercedes – a 36s007 *
15. Kevin Magnussen (DIN) – Haas-Ferrari – a 36s869
16. Zhou Guanyu (CHN) – Alfa Romeo-Ferrari – a 37s320
17. Daniel Ricciardo (AUS) – McLaren-Mercedes – a 37s764
18. Nicholas Latifi (CAN) – Williams-Mercedes – a 1 volta
*Punido com 5s: ignorar bandeiras azuis (“abrir passagem enquanto retardatário”)
**Punido com 5s: deixar os boxes de forma insegura
NÃO COMPLETARAM
Valtteri Bottas (FIN) – Alfa Romeo-Ferrari (motor)
Yuki Tsunoda (JAP) – AlphaTauri-Red Bull (problemas mecânicos)
VOLTA MAIS RÁPIDA
Max Verstappen (HOL) – Red Bull – 1min13s652 (volta 62)
PILOTO DO DIA (Votação do Público)
Max Verstappen (HOL) – Red Bull