A Mercedes-Benz é a mais recente das montadoras ocidentais a confirmar sua saída da Rússia. Ao apresentar os resultados financeiros da companhia relativos ao terceiro trimestre de 2022, a direção anunciou o plano de deixar o país, ainda como consequência da invasão à Ucrânia, em fevereiro. A operação será vendida a uma empresa russa, o que inclui a fábrica situada nos arredores da capital Moscou, inaugurada em 2019. No entanto, os 15% de participação na companhia de caminhões local Kamaz permanecem sob controle da gigante alemã, mas serão transferidos à divisão Daimler Truck.
As atividades da Mercedes na Rússia foram interrompidas temporariamente em março, com a paralisação da produção local e o congelamento das importações. Como resultado, a marca emplacou apenas 9.558 veículos por lá entre janeiro e setembro. Em relação ao mesmo período de 2021, o volume é 73% menor.
Desta forma, a gigante germânica optou por deixar o país e vender a operação, avaliada em cerca de € 1,8 bilhão. A compradora é a Avtodom, uma empresa local que já atua no ramo, mas gerindo concessionárias e agentes autorizados. “A conclusão da transação está sujeita à aprovação das autoridades”, disse o diretor financeiro (CFO) da Mercedes, Harald Wilhelm.
A Mercedes é apenas mais uma dentre várias grandes montadoras a deixar a Rússia após a invasão à Ucrânia. Nissan, Renault, Toyota e Volkswagen já confirmaram a saída do país, algumas delas com cláusula de recompra futura, e outras empresas avaliam seguir o movimento.