Após pouco mais de um ano de obras (leia aqui), a primeira fábrica de combustível sintético (e-Fuels) “neutro de dióxido de carbono (CO2)” entrou em operação. Viabilizada por uma parceria entre a Porsche e as empresas Siemens e HIF, a planta produziu os primeiros litros de um líquido que pode ajudar a prolongar a existência dos motores a combustão interna. O modelo escolhido para receber o material foi o icônico 911, simbolizando a “nova era” que se iniciaria com esta tecnologia.
A fábrica de e-Fuels opera com a captação de CO2 da atmosfera, aproveitando-se dos fortes ventos que sopram em Punta Arenas, ao sul do Chile. Os eletrolisadores da fábrica utilizam a energia eólica para quebrar moléculas de água (H2O), formando oxigênio (O2) e hidrogênio (H2). Este último é combinado ao dióxido de carbono (CO2) filtrado do ar no reator da MAN, gerando metanol, que é, por fim, convertido em gasolina. Ou seja: combustível obtido a partir de elementos da atmosfera, sem uso de petróleo.
A obtenção dos primeiros litros “quase neutros de CO2” é um importante passo no domínio da tecnologia, mas os avanços, claro, ainda levarão algum tempo para serem obtidos. De início, a fábrica chilena deve produzir cerca de 130 mil litros em um ano, para uso em eventos da Porsche, como sua competição Porsche Cup. A meta é avançar para 55 milhões em 2025 e 550 milhões até 2027.
Para a montadora, dominar os e-Fuels é bastante importante por diferentes fatores, a começar pela demanda. “O potencial do e-Fuel é gigante. Há mais de 1,3 bilhão de veículos com motor a combustão pelo mundo e muitos deles ainda estarão nas ruas nas próximas decadas”, aponta o membro do conselho da Porsche para P&D, Michael Steiner. Assim, extrair poluentes da atmosfera para gerar novos combustíveis pode ser bastante impactante em um universo de automóveis tão significativo.