A indústria brasileira encerrou 2022 com números positivos, segundo relatório da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que reúne as montadoras. De acordo com a entidade, as plantas instaladas no País registraram alta de 5,4% frente a 2021, ao produzirem 2.369.659 unidades, entre leves e pesados, ao longo do último ano. Nas exportações, o avanço foi ainda maior, de 27,8%, com 480.947 exemplares sendo despachados ao exterior.
De acordo com a Anfavea, o avanço na produção foi obtido principalmente no segundo semestre. “Depois de um primeiro quadrimestre muito difícil em função da falta de semicondutores, o setor acelerou o ritmo e conseguiu atender parte da demanda reprimida nos mercados interno e externos”, explica o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite. O crescimento de 5,4% superou as projeções da associação, que apontava para uma alta de 4% em 2022 após as primeiras crises de fornecimento, no início do ano. Para 2023, a expectativa é de um avanço tímido, de 2,2%. O motivo é a queda de 20,4% esperada para o segmento de caminhões e ônibus, que deverá ser impactado pelo novo plano de emissões Proconve P8, com tendência de alta nos preços.
No campo das exportações, o Brasil registrou um interessante avanço de 27,8% em comparação com 2021. Segundo a entidade, o crescimento foi ainda mais significativo ao se considerar que a Argentina, maior parceiro comercial do País no setor, impôs uma série de restrições às importações de veículos recentemente. As barreiras hermanas foram compensadas por aumento na demanda de países como Chile, Colômbia e México. Em valores, as exportações alavancaram 37,6%, devido ao envio de veículos com maior valor agregado. Para 2023, a Anfavea prevê queda de 2,9% no volume de unidades, ainda devido à situação da Argentina.