As fábricas instaladas no Brasil produziram 152.666 veículos, entre leves e pesados, ao longo de janeiro de 2023. O volume é 20,3% menor que o registrado em dezembro, quando 191.567 unidades foram montadas, mas fica 5% acima do aferido no primeiro mês de 2022, ocasião em que 145.417 exemplares chegaram aos estoques. Nas exportações, o saldo foi positivo: com 33.048 despachos, houve avanço de 5,9% sobre dezembro e 19,3% em relação a janeiro do ano passado. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
De acordo com a entidade, era esperado maior avanço em relação a janeiro de 2022, quando a escassez de semicondutores estava mais acentuada e ainda havia o pico de infecções pela variante ômicron da Covid-19. A queda pode ser atribuída a um maior número de férias coletivas concedidas, haja vista que anteriormente a medida fora tomada em outros meses. Ainda assim, o volume fica bem abaixo do aferido no período pré-pandemia, quando se montavam em média 200 mil unidades em janeiro.
As vendas das montadoras também apresentam números um tanto preocupantes. Com 142.852 unidades negociadas, janeiro teve alta de 12,9% em relação aos 126.518 exemplares comercializados no mesmo mês de 2022. Contudo, a Anfavea aponta que, não fosse a falta de semicondutores, teriam sido produzidos cerca de 20 mil veículos há mais há um ano, deixando o período com o mesmo patamar de janeiro de 2023. Ou seja: a indústria teria um cenário de estabilidade, não de crescimento. “O ano começa com o mercado automotivo desaquecido, em função das crescentes dificuldades de crédito e do clima de incertezas sobre o desempenho da economia em nível nacional e global“, pontua o presidente da entidade.
Por fim, as exportações seguiram avançando, registrando-se o melhor janeiro dos últimos cinco anos. Com os 33.048 veículos enviados ao exterior, o mercado observa um crescimento contínuo que ocorre desde 2020. Contudo, a Anfavea pondera que o setor possa esfriar nos próximos meses, devido à queda nas vendas de Chile e Colômbia, dois dos principais destinos das fábricas nacionais, em janeiro de 2023.