Após muitas discussões e negociações (leia aqui e aqui), a União Europeia enfim decidiu, em votação realizada neste mês, pela proibição das vendas de veículos com motor a combustão em seus estados-membros. A partir de 2035, quase todos os automóveis e utilitários comercializados por lá terão de ser elétricos, sejam eles alimentados por bateria ou célula de combustível a hidrogênio. Quase todos, porque o bloco econômico criou uma exceção à regra: fabricantes consideradas artesanais, que vendam menos de mil carros por ano no Velho Mundo. Conhecida como “Emenda Ferrari”, ela foi incluída no projeto que bane os propulsores a gasolina e a diesel no continente.
Inicialmente, a “Emenda Ferrari” pleiteava que montadoras com volume anual de 10 mil unidades seriam inclusas na exceção. A marca italiana seria “contemplada” mesmo tendo negociado 13.221 veículos em 2022, pois a norma considera apenas os emplacamentos na Europa. No ano passado, foram pouco mais de três mil esportivos comercializados na UE, o que a permitiria continuar oferecendo motores a combustão. Contudo, após muita discussão, determinou-se o limite de mil exemplares vendidos por ano.
Apesar de a Ferrari não estar entre as beneficiadas, assim como Lamborghini, Rolls-Royce e Bentley, outras marcas de renome serão favorecidas. Entre elas, estão a Pagani, a Bugatti e a Koenigsegg, além de empresas que produzem veículos de tiragem limitada, como Caterham, Morgan, BAC, Ariel, entre outras. A justificativa para a exceção é o limitado orçamento de pequenas fabricantes, que não conseguiriam arcar com os investimentos necessários para desenvolver veículos puramente elétricos.