F1: FIA revela parte do regulamento e revela conceito de carro para 2026


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Faltando apenas cerca de 20 meses para o início da temporada 2026, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e a Fórmula 1 enfim dão detalhes sobre o novo regulamento da categoria, que entra em vigor em menos de dois anos. Para nos dar uma noção das alterações, elas apresentam também imagens de um protótipo com as linhas gerais do carro que será alinhado no grid no futuro. Como acontece hoje, é claro, há variações sobre este mesmo tema, mas no cômputo geral seria um esboço do que é considerado “obrigatório” no livro de regras. Vale lembrar que os novos motores já haviam sido definidos e detalhados pelos organizadores (leia aqui).

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No que diz respeito ao conceito do carro, uma das grandes novidades é o “fim” do DRS. A atual asa móvel, ativada a partir da segunda volta (exceto sob chuva) e quando se está a menos de um segundo de distância para o carro da frente, dará lugar a um sistema de aerodinâmica ativa, que atuará em trechos predeterminados. Ela será formada por três elementos na asa traseira e dois na dianteira.

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Haverá duas configurações. O modo Z terá como objetivo gerar alto downforce, para contornar curvas. Já o X reduzirá o arrasto, a fim de ganhar velocidade nas retas. “Daremos aos pilotos a capacidade de alternar entre os modos, independentemente da distância [entre os pilotos]”, explica o chefe de aerodinâmica da FIA, Jason Somerville. “Em pontos predefinidos da volta, o piloto poderá mudar para um modo de baixo arrasto para ter desempenho nas retas, sem limitação de aderência. Então, ao se aproximar da zona de frenagem, voltará ao modo de alta pressão aerodinâmica”, acrescenta.

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Os principais críticos do atual DRS argumentam que ele é uma maneira “artificial” de gerar competitividade. Mas seu substituto é, talvez, ainda mais polêmico: um “modo de ultrapassagem” que altera mapeamento de motor e aumenta a entrega de energia para quem está atrás e diminui no carro da frente. O veículo perseguido teria uma menor entrega de potência a partir de 290 km/h, que zera aos 355 km/h. Já o de trás ganharia 350 kW (476 cv) até alcançar 337 km/h. Para acionar a funcionalidade, o piloto perseguidor deverá estar a menos de um segundo do rival. Ainda não ficou claro como o sistema funcionará, todavia.

From 2026 the new hybrid engine will feature a far more powerful battery

MAIS LEVES, CURTOS E ESTREITOS

Além de revelar parte das novidades aerodinâmicas, a FIA também deu detalhes sobre as medidas do monoposto para 2026. A entidade indica que, no futuro, a soma total exigida será de 768 kg, sendo 46 kg dos pneus e os 722 kg restantes distribuídos entre carro e piloto. Para ajudar nas ultrapassagens, em especial em pistas estreitas como Mônaco, eles serão encurtados: serão 3,400 metros de entre-eixos (atualmente, 3,600 m) e 1,900 m de largura (hoje, 2,000 m). O assoalho será estreitado em 15 centímetros e as rodas, que seguirão com 18 polegadas de diâmetro, terão as bandas dos pneus diminuídas em 2,5 cm na dianteira e 3 cm na traseira.

No que diz respeito à carroceria, a FIA indica que a asa frontal será encurtada (como se vê nas fotos), a asa traseira contará com linhas simplificadas (e peça única) e os atuais arcos sobre a rodas dianteiras serão removidos. De quebra, serão adicionadas “placas de controle de esteira das rodas” logo à frente dos sidepods, em uma tentativa de diminuir o “ar sujo” que é lançado para trás. As mudanças externas reduziram o downforce em 30% e o arrasto aerodinâmico em 55%, enquanto o assoalho ficou parcialmente plano e o difusor traseiro passou a ser menos “potente”, com o objetivo de diminuir o impacto do efeito solo na concepção dos carros e reduzir efeitos como o porpoising.

No que diz respeito à segurança, a FIA ressalta que os carros terão ganhos importantes neste sentido. A estrutura de impacto frontal terá dois estágios, para reduzir o risco em acidentes com batidas secundárias, e proteção lateral aprimorada. Junto à tomada de ar do motor, a peça chamada Roll Hoop ficará mais rígida, passando a suportar forças de até 20G (são 16G hoje). Por fim, a iluminação traseira ficará mais brilhante, para momentos de baixa visibilidade.

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MOTORES MUDAM BASTANTE

Como dito, o novo regulamento de motores já havia sido revelado pela FIA e também promete ser impactante. A disposição V6 com 1,6 litro de deslocamento foi mantida, mas agora os propulsores queimarão “combustível 100% sustentável”. As unidades terão concepção mais simples, graças principalmente à remoção do MGU-H, a unidade geradora de potência por calor, que reaproveita os gases do escape para gerar energia. Sua retirada, porém, pode fazer com que o turbocompressor tenha lag na operação, criando um buraco em retomadas. Por fim, o MGU-K, que gera potência pela cinética, passa a ter medidas menores e disponibiliza 350 kW, em vez dos atuais 120 kW. (saiba mais clicando aqui)

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