Ford Bronco volta ao mercado com três variações; Sport vem ao Brasil


Como prometido (leia aqui), a Ford ressuscitou o Bronco como uma divisão de veículos estradeiros. O modelo que leva o nome principal é voltado especialmente ao uso recreativo, sendo um rival direto para o Jeep Wrangler. Já o Bronco Sport coloca um par de rodas no asfalto e se dispõe a também fazer trajetos urbanos, batendo de frente com o Jeep Cherokee. É o menos off-road quem deve desembarcar no Brasil, a fim de complementar a esvaziada gama da marca do oval azul.

O BRONCO: RESGATANDO A TRADIÇÃO

O ressurgimento do Bronco se alinha à estratégia da Ford de apostar em utilitários-esportivos e crossovers para ganhar terreno, aproveitando-se também de um nome tradicional nos Estados Unidos. A receita mecânica é até parecida: a plataforma do modelo é a T6, a mesma da Ranger, o que faz com que ele, ainda que indiretamente, siga derivado de uma picape com carroceria separada do chassi de longarinas. Além de maior robustez, ela o deixa melhor apto a enfrentar terrenos acidentados, claramente se colocando como opção ao Wrangler.

No visual, repete-se um pouco a concorrência. O estilo retrô é uma estratégia de sucesso do principal rival e outras mais foram seguidas, como as portas e o teto removíveis, trazendo até um recorte parcial do painel lateral como novidade. Na dianteira, o Bronco remete ao passado com seus faróis circulares em LED e o nome do modelo escrito por extenso na frente. Todo o conjunto fica sobre uma peça plástica escura, o que inclui a grade, que pode ter diferentes grelhas. O para-choque tem luzes auxiliares, skid plate integrado e ganchos de reboque. Há também pontos de amarração na ponta do capô.

Nas laterais, o estilo caixote fica mais evidente, lembrando modelos militares do passado – curioso recordar que a Willys, “mãe” do CJ que deu origem ao Wrangler, foi controlada pela Ford. Os retrovisores são encaixados nos para-lamas, permitindo a retirada das portas e painéis laterais e do teto e janelas também podem sair. A Ford não fez muita questão de mostrar a traseira do três-portas, mas é provável que ambos sigam a mesma receita, com lanternas verticais, tampa do porta-malas abrindo para o lado e vidro posterior abrindo para cima.

Por dentro, os Bronco de três e cinco portas são quase iguais. O painel é o mesmo, com quadro de instrumentos digital e uma grande tela para a central multimídia no meio do conjunto. O volante também tem contornos parecidos, mas a combinação de revestimentos varia de acordo com o pacote. O mesmo se pode dizer do console, que possui arranjos diferentes quando com câmbio automático ou manual.

Por ora, estão confirmados dois motores a gasolina para a dupla. A opção de acesso é o 2.3 turbo de 274 cv e 42,9 kgfm que também equipa a Ranger, com câmbio manual de sete marchas, sendo uma delas uma reduzida, ou automático de 10 relações. A mais forte é o 2.7 V6 de 314 cv e 55,3 kgfm, sempre com transmissão automática. A tração 4×4 é de série, mas há dois sistemas: um com duas velocidades e caixa de transferência com relação 2,71:1 e outra com 3,06:1 e um terceiro modo, que alterna a entrega de energia entre os eixos automaticamente. Os modelos mais caros contam ainda com seletor de terreno.

Os novos Bronco serão produzidos nos Estados Unidos a partir do começo de 2021. Eles chegam às lojas de lá no segundo trimestre do próximo ano.

O BRONCO SPORT: MAIS URBANO

Para quem não faz um uso tão extremo do Bronco – muita gente, acredite, apesar das críticas a esse público -, o Sport faz mais sentido. Voltado a um uso misto entre terra e asfalto, ele se mostra menos estradeiro já no visual, pelos elementos menos off-road. Os ganchos, rack, reboque e suspensão elevada estão lá, mas em uma embalagem urbana. A ponte com os irmãos fica para o desenho da dianteira, mas as laterais são bem diferentes: os retrovisores ficam nas portas, há um ressalto no teto para ampliar o espaço traseiro e os vigias traseiros estão mais inclinados. Atrás, as lanternas são maiores e a tampa do bagageiro se abre de modo tradicional.

No interior, o perfil menos retrô fica ainda mais evidente. Sem tanto peso para o lado “Bronco”, o Sport tem habitáculo com ar de automóvel. Isso fica mais evidente quando se compara o desenho do painel dos modelos e, claro, ao se notar o seletor giratório da transmissão. Contudo, o volante aparenta destoar do conjunto: além da falta de um revestimento mais refinado, o cavalo do miolo parece realmente interessado em sair dali após o coice.

Construído sobre a plataforma modular C2, a mesma dos últimos Focus e Kuga/Escape, o Bronco Sport é mais estreito e curto que o irmão SUV, porém é mais alto. E seus dois motores disponíveis são mais mansos que os dos Bronco. Nas três versões mais acessíveis (Base, Big Bend e Outer Banks), ele usa o 1.5 turbo de 184 cv e 26,3 kgfm. Já as variações de topo (Bandlands e First Edition) utilizam o 2.0 de 248 cv e 38 kgfm.

Independentemente do motor escolhido, o Bronco Sport sai com transmissão automática de oito marchas. A Ford afirma que ele tem tração nas quatro rodas, mas não dá detalhes sobre o equipamento. É provável que ele use um sistema automático sob demanda, que altera a entrega de torque de acordo com as condições de rodagem. Contudo, a marca garante que as versões Bandlands e First Edition terão um diferencial blocante no eixo traseiro, o que pode ser muito útil em terrenos acidentados.

Além de seu caráter urbano e os motores mais brandos, outro fator será crucial para a chegada do Bronco Sport ao Brasil: sua origem. Ele será o único do trio com produção no México, o que permite sua importação sem o recolhimento de impostos aduaneiros.

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