A Bugatti revelou oficialmente o Tourbillon, seu terceiro hipercarro da história, dando sequência à saga dos antecessores Veyron e Chiron. Como adiantado (leia aqui), o modelo tem sistema híbrido com motor a gasolina de 16 cilindros em V, disponibilizando 1.800 cv. Apesar de as linhas lembrarem os esportivos anteriores, o cupê é um produto completamente novo e traz elementos exclusivos, com o quadro de instrumentos inspirado em relógios. A marca promete produzir 250 unidades, a preços que partem de 3,8 milhões de euros (R$ 22,14 milhões) antes da incidência de impostos.
Comecemos, pois, por onde importa: a motorização. Desenvolvido em parceria com a Cosworth, o propulsor de 8,3 litros do Tourbillon não tem compressor mecânico ou turbo e rende 1.000 cv e 91,8 kgfm, podendo girar a até 9.000 rpm. Ele atua em conjunto com outros três motores elétricos: dois ficam no eixo dianteiro, enquanto o terceiro está no posterior. Alimentados por bateria de 25 kWh, eles rendem 800 cv.
De acordo com a Bugatti, o hipercarro vai de zero a 100 km/h em dois segundos, a 200 km/h em menos de cinco segundos, a 300 km/h abaixo de 10 s e a 400 km/h em menos de 25 s. A máxima é limitada a 380 km/h, mas ao se usar a “chave da velocidade”, que acompanha o Tourbillon, pode-se alcançar 445 km/h. Para efeito de comparação, os números respectivos do antecessor Chiron são: 2,4 s, 6,1 s, 13,1 s, 32,6 s, 380 km/h e 420 km/h.
O bom rendimento do novo modelo se justifica: mesmo com o sistema híbrido, ele pesa os mesmos 1.995 kg declarados do Chiron. A marca destaca que isso se deve à “dieta” do Tourbillon, que usa um novo monocoque de fibra de carbono e vários elementos em alumínio, como na suspensão e na estrutura.
Com linhas elegantes no exterior, ainda que a traseira lembre o McLaren P1, o Tourbillon tem um interior também familiar, mas com características próprias. A começar pela pequena tela ao centro do painel, que se eleva ao se engatar a ré, para reproduzir a imagem captada pela câmera posterior. Ela pode ser exibida também, caso o condutor queira espelhar seu celular ali. Mas, sabemos, o foco aqui é outro.
Outra grande novidade é o quadro de instrumentos, inspirado nos turbilhões (daí seu nome) usados em relógios de alto padrão para aumentar a precisão. Nada de telas aqui: os três grandes mostradores analógicos, projetados e produzidos pela suíça Swatch, trazem velocidade, rotação do motor, quantidade de combustível, temperaturas de água e óleo, carga da bateria… Aparentemente, a Bugatti decidiu ir contra a maré: os atuais visores digitais ficarão datados, de certa forma, no futuro. Já os tradicionais reloginhos, em desuso, se tornam diferencial.
A produção do Tourbillon começa em 2026.