Acusados de ajudarem Ghosn a fugir podem pegar até três anos de prisão no Japão


A fuga cinematográfica de Carlos Ghosn do Japão segue rendendo movimentos na justiça do arquipélago asiático. Por lá, os dois norte-americanos acusados de terem colaborado diretamente com a saída do ex-CEO da Nissan foram formalmente denunciados pela promotoria. No processo, o veterano das forças armadas dos EUA Michael Taylor e seu filho Peter podem ser condenados a até três anos de reclusão.

De acordo com o site Autoblog, os Taylor foram extraditados pelo governo dos Estados Unidos ao Japão em fevereiro, nove meses depois de serem presos no Tio Sam (leia aqui). Segundo a promotoria de Tóquio, os dois atuaram diretamente na fuga de Ghosn, então prisioneiro por lá, ajudando-o a se esconder dentro de uma caixa de instrumentos musicais. Ele escapou em um jatinho particular para o Líbano, fazendo escala na Turquia. Pela ajuda, os acusados teriam recebido US$ 1,3 milhão.

Pela ação, ambos podem pegar até três anos de reclusão. Porém, a Justiça do Japão ainda não agendou a data de julgamento da dupla. Eles aguardam o desenrolar do caso na mesma prisão onde Ghosn estava antes de receber autorização para cárcere domiciliar.

O sistema judiciário do Japão é considerado um dos mais implacáveis – e, por isso, fora alvo de constantes crítica de Ghosn, alegando que “não é possível se defender de maneira justa” no país. As leis locais não permitem, por exemplo, que interrogados estejam acompanhados de seus advogados. Após a acusação, fianças geralmente são rejeitadas até que se tenha um julgamento. A taxa de condenação por lá supera os 99%.

Nos EUA, os advogados dos Taylor passaram meses tentando evitar o envio de ambos ao Japão, argumentando que ambos poderiam passar por um interrogatório “implacável” e até “tortura”. O Departamento de Estado do país rejeitou as alegações e, no mês passado, a Suprema Corte determinou a extradição da dupla.

[ Fonte: Autoblog ]

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