Exigida em 2022, gasolina de melhor qualidade já é refinada pela Petrobras


A nova regulamentação da gasolina, publicada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na Resolução nº 807/2020 em janeiro (leia aqui), previa algumas obrigatoriedades apenas para 2022. A Petrobras, porém, garante que já está refinando o combustível de melhor qualidade, prevendo sua entrega para agosto. O novo líquido deve respeitar uma série de determinações, sendo mais adequado a motores modernos e podendo reduzir o consumo entre 4% e 6%.

Para alcançar tais índices, a gasolina passa a ter um peso mínimo de 715 kg por metro cúbico e 92 octanas pelo método RON (sigla de Research Octane Number). Este padrão é o mais utilizado em países desenvolvidos e avalia a resistência da gasolina à detonação com o motor carregado e em baixa rotação de até 3000 rpm. Até então, o País considerava o Índice Antidetonante (IAD), uma conta aritmética entre RON e MON (Motor Octane Number, medição com motor a plena carga e em alta rotação). O mínimo exigido era IAD87, que poderia ser obtido com MON mais alto e RON mais baixo, o que prejudica a operação de motores projetados para funcionar com maior RON, especificamente os dotados de injeção direta e turbo.

O adiantamento da produção da gasolina melhor foi possibilitado pela disponibilidade de tecnologia no País. Segundo Rogério Gonçalves, especialista em combustíveis da Gerência de Desenvolvimento de Produtos da Petrobras, a constatação foi feita quando a estatal começou a preparar as refinarias para o novo padrão. “Recebemos algumas reclamações de quebra de motores novos depois do abastecimento. Após algumas investigações, verificamos que o problema acontecia com o uso de gasolina que estava dentro das especificações IAD, mas tinha RON baixo. Por causa disso, em 2017 a AEA (Associação de Engenharia Automotiva, onde Gonçalves é um dos diretores) solicitou à ANP uma nova especificação, o que foi feito este ano e atende ao pleito de algumas montadoras”, explica Gonçalves.

Outro ponto de crítica dos consumidores era com relação ao consumo. Segundo Gonçalves, gasolina com baixa massa tem menor poder calorífico, o que aumenta a necessidade de líquido para a mesma queima. “Tínhamos à venda no País gasolina com massa baixa, chegamos a ver com 680 kg/m3, que aumenta o consumo. Por isso foi importante especificar o mínimo de 715 kg/m3 que passa a valer agora”, revela.

“ALCOOLINA” SEGUE?

Não raro criticada pelos consumidores, a gasolina comum brasileira, que em 27% é composta por etanol anidro, seguirá com a mesma composição. Gonçalves garante que isso em nada reduz o desempenho, destacando ainda que motores com tecnologia bicombustível (Flex) podem até ficar mais econômicos ao se utilizar apenas o derivado de petróleo. Isso, contudo, varia de acordo com a calibração da montadora.

Nas bombas, o etanol brasileiro é o hidratado, composto em 7% por água. Este também não deve mudar. De acordo com Gonçalves, os propulsores Flex atuais já possuem adaptação para queimar esse tipo de combustível e alterar tais proporções poderia prejudicar seu funcionamento. “Esses motores poderiam passar a funcionar mal com um novo combustível. Além disso, também afeta o preço, pois é mais caro produzir etanol com baixa hidratação”, conclui.

[ Fonte: Automotive Business ]

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