Como apontavam os rumores, a Lotus também vai se aventurar no segmento de hipercarros. Fruto de uma parceria com a divisão de engenharia da Williams (leia aqui), a empresa produzirá em série o superesportivo Evija, movido por um sistema elétrico com cerca 2.000 cv. Ele começa a ser montado em 2020, tendo previsão de 130 unidades fabricadas.
Com contornos bastante aerodinâmicos, o Evija tem dianteira curta e “bicuda”, lembrando um pouco as últimas Ferrari. Todavia, o Lotus dispõe de faróis mais retangulares que se combinam às reentrâncias do capô. Nas laterais, chamam atenção as superfícies “esculpidas” para melhorar a passagem de ar e a ausência de retrovisores tradicionais, trocados por câmeras. Atrás, o destaque fica para as lanternas trapezoidais que acompanham o corte da carroceria e o enorme difusor, imprescindível para melhorar o fluxo de ar.
O habitáculo é minimalista, focado na melhor experiência de condução. O volante tem formato de trapézio, lembrando os de Fórmula 1, e o quadro de instrumentos virtual exibe informações claras, sem muitos gráficos extravagantes. No centro do painel, uma barra estreita abriga comandos de climatização e telefonia, além das posições do câmbio. Fica exposta a estrutura em fibra de carbono, que sustenta os assentos construídos com o mesmo material.
O sistema de propulsão utiliza quatro motores, um para cada roda, gerenciados por uma central que controla individualmente a entrega de energia. Segundo a Lotus, o conjunto leva o Evija de zero a 100 km/h em menos de três segundos, a 200 km/h em menos de seis e a 300 km/h abaixo dos 9 s, o que supera, em teoria, o Bugatti Chiron em 4,6 s. A máxima supera os 320 km/h.
A alimentação do sistema é feito por um pacote de baterias com capacidade para 70 kWh, que garante autonomia de cerca de 400 km. A Lotus afirma que em pontos de recarga de 350 kW, escassos atualmente, a reposição de 80% da energia leva oito minutos e de 100% em 18 min. O equipamento suporta tomadas de 800 kW, inexistentes hoje, e está situado atrás dos bancos, sob uma cobertura envidraçada.
Além da aerodinâmica, a Lotus credita o bom rendimento do Evija a outros dois fatores. O primeiro é o peso, de “pelo menos” 1.680 kg, um número bastante comedido para um carro elétrico tão forte. Isso se deve principalmente ao monocoque, que pesa apenas 129 kg, às rodas de magnésio e aos freios de carbono-cerâmica. O outro é o seletor de modos de condução, que pode varia a atuação do sistema em cinco programas: Range (autonomia estendida), City (uso urbano), Tour (viagens), Sport (esportivo) e Track (pistas).
Os diferentes modos de condução alteram não apenas a atuação dos motores elétricos, mas também a aerodinâmica ativa do hipercarro. O Evija conta com uma asa móvel traseira, ao estilo do DRS da Fórmula 1, que muda de posição de acordo com o trecho da pista, a posição do volante e a velocidade do carro. O sistema de suspensão é modificado, graças ao uso amortecedores DSSV, da Multimatic, que alteram sua operação de acordo com o momento de rodagem. Os faróis são de laser da Osram.
A Lotus confirma a produção do Evija para 2020 na cidade inglesa de Norwich. Cada um dos 130 exemplares do cupê será vendido por cerca de € 2 milhões (R$ 8,44 milhões, em conversão direta na cotação atual). Reservas já podem ser feitas mediante depósito de € 277 mil (R$ 1,17 milhão).