Após anunciar o programa de testes com combustíveis sintéticos (e-fuels) no Chile (leia aqui), a Porsche fez os primeiros prognósticos oficiais acerca do projeto. Para a empresa, o avanço pode significar a sobrevida dos motores a combustão interna (ICE), fazendo com que seu impacto ambiental seja o mesmo de carros com propulsores elétricos. Segundo informa a revista inglesa Evo, ela não está sozinha: rivais como Aston Martin, Audi, BMW e McLaren também apostam nestes compostos, realizando testes parecidos há algum tempo.
Em entrevista à publicação britânica, o vice-presidente de automobilismo da Porsche, Frank Walliser, afirmou que, considerando-se todo o processo de obtenção das matrizes energéticas até o uso do veículo, há uma perspectiva “impressionantemente ecológica” nos e-fuels. “As emissões já são melhores que dos sistemas atuais, com menos material particulado e NOx produzidos”, explica. “De uma perspectiva completa – e você precisa considerá-la em todos os veículos -, os [carros que queimam combustíveis] sintéticos terão o mesmo nível de dióxido de carbono (CO2) produzido na fabricação e uso que os veículos elétricos”, acrescenta Walliser.
Um dos pontos mais interessantes dos e-fuels está em sua aplicabilidade. De acordo com o executivo, não é necessária qualquer adaptação dos motores atuais para se adequarem ao seu consumo. “O combustível sintético é mais limpo, não gera subprodutos e tem expectativa de derrubar as emissões de CO2 em até 85% quando estivermos com produção a plenos pulmões”, acrescenta.
“APOIO RIVAL”
A Porsche não está sozinha no desenvolvimento dos e-fuels. Segundo a Evo, a Audi trabalha em torno da tecnologia desde 2009 e empresas como Aston Martin e McLaren já sinalizaram seu apoio à solução. Durante o lançamento do último M4, o chefe de desenvolvimento da BMW M, Dirk Hacker, também considerou os sintéticos como uma opção viável. “Estamos observando os e-fuels, porque penso que pode ser oferecido pela indústria petrolífera no futuro”, pontuou.
[ Fonte: Evo ]