Audi detalha SUV elétrico E-Tron


Após apresentar a carroceria camuflada (leia aqui) e o interior desnudo (leia aqui), tendo sinalizado que teria o primeiro carro de produção com retrovisores laterais digitais – o que não aconteceu (leia aqui) -, a Audi enfim oficializa o E-Tron. O SUV é o precursor da marca alemã no setor de veículos pensados para utilizar propulsão elétrica. Ele fica a meio caminho de Q5 e Q7 em porte, o que fez surgirem rumores de que se chamaria Q6, e briga com o também recente Mercedes EQC (leia aqui) e o iminente BMW iNext (leia aqui).

Visualmente, o E-Tron mostra seu perfil avançado, mas não rompe totalmente com a linguagem estética da Audi, como faz o rival EQC. Os faróis recortados e a grade lapidada, por exemplo, são menos revolucionários do que os encontrados no Q8 (leia aqui). Atrás, as lanternas lembram novidades recentes, como A6 (leia aqui) e A7 (leia aqui), enquanto as laterais mantêm a identidade com os demais produtos pelos cortes típicos de portas e janelas. Chamam atenção os retrovisores formados por câmeras, como a marca já havia adiantado. Todavia, eles serão opcionais.

Os “espelhos digitais” passam a ocupar espaço no interior do veículo. Se no pioneiro Lexus ES há um jeitão de adaptação nas telas (leia aqui), no E-Tron o sistema foi desenvolvido como parte do projeto. Por isso, os visores estão integrados ao desenho das portas, harmonizando com o conjunto. De quebra, o interior não faz questão de romper com o padrão da marca, sem linhas rebuscadas ou contornos abruptos, seguindo a escola alemã.

Como dito no início, o E-Tron fica a meio caminho entre Q5 e Q7 em porte. Assim, mede 4,901 metros de comprimento, 1,629 m de altura (menor que ambos) e 1,935 m de largura, com 2,928 m de entre-eixos. O porta-malas tradicional transporta 600 litros, mas a Audi informa que há, sob o capô, um compartimento extra de 60 l. Aos cinco ocupantes, há conforto em itens como aparelho de som Bang & Olufsen. Para o motorista, não faltam os já “comuns” auxílios de condução vistos na Europa, como frenagem automática, auxílio de manutenção de faixa, alerta de objetos em pontos cegos, aviso de tráfego traseiro e de colisão iminente, entre outros.

Apesar de visual, acabamento e números serem bastante importantes, o grande diferencial do E-Tron é “invisível” em um primeiro olhar. O SUV usa dois motores elétricos assíncronos, com rotores de alumínio girando a 13.300 rpm, instalados em cada eixo. O dianteiro entrega 170 cv e 25,2 kgfm, enquanto o traseiro dispõe de 190 cv e 32 kgfm. Como o foco do modelo é a eficiência, a potência total de 360 cv só está disponível durante 60 segundos, com o seletor do câmbio em modo D. A energia faz com que o modelo vá de zero a 100 km/h em 6,6 s.

Caso se faça necessária maior entrega de energia, os propulsores podem atuar em modo de rendimento extra, fornecendo 408 cv totais: 184 cv na frente, 224 cv atrás. Tal potência fica à disposição por somente oito segundos e apenas com o seletor na posição S. Deste modo, a prova de 0 a 100 km/h é cumprida em 5,7 s. Independentemente do modo de condução, porém, a máxima é limitada a 200 km/h.

A alimentação do sistema é feito por um pacote de baterias com potência de 95 kWh. Para se ter uma ideia de sua complexidade, as células juntas pesam 700 kg e medem 2,3 metros de comprimento, 1,6 m de largura e 34 centímetros de altura. O kit fornece energia para cerca de 400 km, homologados na Europa, e pode ser recarregado em tomadas de até 150 kW. A reposição é feita pela portinhola no para-lama dianteiro esquerdo.

O sistema de freios do E-Tron conta com uma bomba eletrohidráulica, sem conexão direta com o pedal e o circuito, e gera pressão em metade do tempo do que um sistema comum. A Audi afirma que tal solução reduz as perdas por atrito e diminui a distância de frenagem em até 20%, além de pesar 30% menos que um equipamento “comum”. Em desacelerações, a energia é recuperada utilizando os dois propulsores.

Escondendo os discos de freio, há rodas de 18 polegadas com pneus 225/55. Em opção, há aros com diâmetro de até 22″. Eles são ligados ao veículo pela suspensão com molas pneumáticas e amortecedores de rigidez variável. A distância livre do solo é de 17,2 centímetros em condições normais, mas o motorista pode ajustá-la entre 14,6 e 22,2 cm.

De início, compradores do E-Tron poderão contar com o sistema Charging Service, que auxilia no planejamento de uma viagem para utilizar pontos de recarga pela Europa. Será possível repor a energia com um único cartão em mais de 72 mil pontos operados por 220 companhias. A cobrança será feita mensalmente. Para exemplares feitos a partir de meados de 2019, a marca promete entregar um sistema de conexão automática com a estação de recarga, dispensando o cartão.

O Brasil deve conhecer o E-Tron, com sorte, no Salão de São Paulo, em novembro. Já as vendas devem levar mais tempo…

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