Procon-SP multa Ford em R$ 10 milhões por “vício oculto” no câmbio Powershift


Talvez um dos maiores erros de gestão da história da Ford, inclusive no exterior, o câmbio de dupla embreagem PowerShift segue rendendo assunto. O Procon-SP anunciou a aplicação de uma multa no valor de R$ 10.546.442,48 à montadora norte-americana por “vício oculto” na transmissão, alvo de reclamações, protestos e até extensão da garantia de fábrica. Por aqui, ela equipou Fiesta, Focus e EcoSport.

Segundo o Procon-SP, a multa foi aplicada pelo fato de a Ford ter colocado no mercado um produto com vício oculto, ou seja, que apresenta defeitos após certo tempo de uso. Ciente do caso, a empresa nada teria feito para resolvê-lo, ferindo o Artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). “O Brasil tem instituições fortes e uma legislação muito bem construída na defesa e proteção do consumidor, então não adianta querer dar um tratamento aqui no Brasil diferenciado para pior em relação ao que dá em outros países do mundo”, alfineta o diretor executivo do órgão, Fernando Capez.

A crítica é feita com relação ao tratamento negligente, no entender do Procon-SP, dado pela Ford aos consumidores brasileiros. Nos Estados Unidos, a empresa firmou acordo com vários requerentes, dando fim a um processo coletivo aberto por clientes. Questionada pela entidade paulista sobre a extensão do entendimento para o Brasil, a empresa teria respondido que as tratativas envolve somente os norte-americanos, não se aplicando para cá.

Não foram poucos os casos, porém, de reclamações de brasileiros quanto à atuação do câmbio PowerShift junto à Ford. Há relatos de problemas apresentados ainda nos primeiros quilômetros – ou minutos – de uso. As principais queixas são relacionadas a travamento da transmissão, impossibilitando a rodagem; e trepidação na operação. A Ford chegou a ampliar a garantia do câmbio, mas nunca reconheceu oficialmente o defeito de projeto do PowerShift. Não por acaso, passou a vender veículos equipados com essa transmissão apenas com o nome “Automático”.

Segundo o Procon-SP, o valor de mais de R$ 10 milhões foi calculado com base no poder econômico da Ford, na gravidade da infração e nas vantagens obtidas pela negligência.

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