Para celebrar os 50 anos da divisão esportiva M, a BMW – e também seu braço de alto desempenho, claro – desenvolveu uma releitura do clássico 3.0 CSL, outro projeto, aliás, pensado para comemorar as cinco décadas da empresa, como a M3 Touring (leia aqui). Usando o mesmo batismo, o novo cupê toma por base o atual M4 (leia aqui), porém adota linhas inspiradas no esportivo dos anos 1970. Ele terá somente 50 exemplares produzidos, ainda sem preços divulgados ou mercados onde estará disponível.
Em breve resumo de uma bela história, o 3.0 CSL original surgiu em 1972, derivado do cupê E9 (seguindo os códigos da BMW), para disputar o Campeonato Europeu de Turismos (ETCC). Criado por ideia e condução de ninguém menos que Bob Lutz, ele teve apenas 1.265 unidades fabricadas, para atender às regras da competição, e teve como norte a letra “L” de seu nome: ser leve (leicht, em alemão). Além de uma dieta composta por alumínio e componentes mais finos, recebeu um kit aerodinâmico com diferentes elementos, entre eles uma asa traseira generosa para os padrões da época, o que lhe rendeu o apelido “Batmóvel”. Como resultado, venceu o ETCC em 1973 e de 1975 a 79.
De volta aos dias atuais, o ressurgido 3.0 CSL presta tributo ao clássico criado por Lutz e companhia. A dianteira traz a grade “bocão” dos BMW atuais, mas em menores proporções, capô mais envolvente, tomadas de ar circulares nas extremidades e, claro, a icônica asa traseira com suportes laterais alinhados à carroceria. O jogo de cores, o número lateral e o emblema da BMW nas colunas C completam o pacote. As rodas medem 20 polegadas na frente e 21″ atrás, calçando pneus Michelin que trazem o número “50” nas laterais. Por dentro, ele é praticamente um M4, com mais alcântara e fibra de carbono e um compartimento para guardar dois capacetes no lugar do banco traseiro.
O 3.0 CSL contemporâneo não é tão leve quanto o original, mas a BMW se esforçou para baixar o peso. Há plástico com fibra de vidro no spoiler do teto, alumínio forjado nas rodas, titânio no silenciador do escape e plástico reforçado com fibra de carbono (CFRP) em teto, capô, para-lamas, asa posterior, difusor traseiro, para-choques, tampa do porta-malas, painéis internos das portas e estrutura dos bancos dianteiros. O assento traseiro foi removido e os isolantes acústicos foram retirados “ao máximo possível”. O peso final não foi divulgado, mas a relação peso/potência de 2,9 kg/cv “revela” que a massa total gira em torno de 1.625 kg, 75 kg a menos que o M4 CSL.
Também houve dedicação ao conjunto mecânico do 3.0 CSL. O motor 3.0 Biturbo de seis cilindros foi retrabalhado para entregar 560 cv (9 cv a mais que no M4 CSL), mas o torque caiu para 56 kgfm (-10,3 kgfm). A provável justificativa para isso é boa: menos resistente a tamanha força, precisou ser preservada a caixa de câmbio manual (!) de seis marchas. Ela conta ainda com uma função (que pode ser desligada) para imitar punta-tacco, ajustando o giro do motor ao do eixo de saída da caixa nas reduções. A tração é traseira e há diferencial autoblocante ativo.
Bela homenagem, não?!